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Seguimento para a libertação

 Seguimento para a libertação

Luz-na-Caminhada_Seguimento

23º Domingo do Tempo Comum
Primeira Leitura (Sb 9,13-18)
Salmo 89
Segunda Leitura (Fm 9b-10.12-17)
Anúncio do Evangelho (Lc 14,25-33)

Por Ana Selma da Costa*

O texto começa mais uma vez com as multidões que acompanhavam Jesus. Acompanhar é diferente de seguir. Seguimento é atitude do discipulado. O seguimento é exigente e Jesus vai determinar quais são as verdadeiras características dos e das que querem realmente se tornar seus discípulos e discípulas.

Temos duas exigências essenciais para tomar parte do seu discipulado, junto com duas parábolas ou exemplos.

A primeira condição é a liberdade plena de qualquer coisa que possa nos tirar a condição dessa liberdade. Para o povo do Primeiro Testamento, essa desvinculação em relação à família significa uma ruptura com a tradição hereditária e elitista de “povo eleito”. O uso do verbo “odiar” no texto original, reproduz, no grego, a força do hebraico/aramaico. O verbo semita “odiar”, neste contexto, é apenas uma maneira enfática de dizer “amar menos”.

O que seria para nós hoje romper a barreira da tradição hereditária para vivermos verdadeiramente esse discipulado que Jesus nos propõe?

Quais tradições hoje devem ser rompidas para continuarmos na fidelidade do seguimento a Jesus?

E a segunda condição é carregarmos nossa cruz.

Quantas propostas recebemos de uma vida mais tranquila e abundante se formos verdadeiramente fiéis a Jesus, se aceitarmos Jesus em nossas vidas? Será que isso seria a proposta de Jesus para carregarmos nossa cruz? Nesse contexto, o que seria ser fiel a Jesus? Fazer parte de seu discipulado?

O carregar a cruz foi para Jesus, o auge da repressão sofrida por Ele, e imposta pelos poderosos de sua época. Assim, o discípulo e a discípula devem estar dispostos a enfrentar a repressão ao exercer o serviço da Palavra e sua ação libertadora, sem medo da morte, da perseguição e das injúrias.

Depois Jesus conta duas parábolas curtinhas que mostram a necessidade de se ter consciência das consequências da fidelidade do seguimento. Pois não é um caminho tranquilo, porque mexe com as estruturas injustas da sociedade. Se o seu discipulado não incomoda, alguma coisa não deve estar correta. As estruturas do Reino de Deus não compactuam com as estruturas injustas de nossa sociedade.

Jesus usa dois exemplos: o construtor sábio não começaria um projeto sem avaliar sua capacidade para terminá-lo; e somente um louco iria para o combate sem considerar as probabilidades de vitória.

Ambas as parábolas explicam as dificuldades e inconvenientes que levarão muitos a abandonar o caminho assumido. Por isso, devemos enfrentar o nosso discipulado com a certeza dessas dificuldades.

Seguir Jesus é continuar o projeto do Pai, experimentando um clima novo em relação com as pessoas, as coisas materiais e consigo mesmo. Trata-se de assumir com liberdade e responsabilidade a condição humana em todas as suas dimensões sem superficialismos, preconceitos, conveniências ou egoísmos. Decidir-se por uma humanidade que Jesus adotou como modelo, em que a renúncia a si mesmo, ao individualismo é a base da entrega a Deus e ao próximo.

Que o Espirito Santo de Deus nos conduza sempre para vivermos essa fidelidade ao Projeto do Reino e que tenhamos sempre forças e utopias para carregarmos nossas cruzes.

 

*Ana Selma da Costa é teóloga, compõe a coordenação estadual e faz parte da equipe de assessoria do Cebi-CE, é facilitadora na Escola de Pastoral Catequética (Espac) e assessora da Pastoral da Juventude na Arquidiocese de Fortaleza.

Teias da Comunicação

Equipe Nacional de Comunicação da PJ "Teias da Comunicação"

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