Diocese de Ipameri celebra Dia Nacional da Juventude
As bênçãos de El Shadai desciam dos céus, em forma de chuva que fecundava a terra com sua força geradora de vida, nas terras das congadas da Senhora do Rosário (Catalão/GO). Em alguns instantes, caravanas de várias paroquias da Igreja particular de Ipameri, foram chegando, tomando conta da Praça Marca Tempo, com suas faixas, cartazes, camisetas. Um trio elétrico começa a ecoar, na tarde do dia 29 de outubro, o grito das “jovens mulheres tecendo relações de vida”. Era o Dia Nacional da Juventude 2011 que começava a ser celebrando, festejado, vivenciando, eternizado… As juventudes foram tomando conta das ruas da cidade, descendo as ladeiras embaladas pelo canto das mulheres: Atitude Feminina, Elis Regina, Ana Carolina, Mercedes Sosa…pelos gritos: contra a violência e o extermínio, por garantia de direitos, por liberdade, por vida digna… pelas bandeiras dos grupos juvenis e da Pastoral da Juventude. No colégio paroquial, vários grupos apresentaram, de forma lúdica, as lutas e as resistências das mulheres, com muita dança, canto e beleza juvenil. O dia foi chegando ao fim dando lugar a uma noite belíssima de celebração da vida, da memória pascal de Jesus e do protagonismo feminino. Reunidos/as em torno da Mesa da Palavra e da Eucarística, as/os jovens celebraram o seguimento de Jesus, com arte, beleza e mistério. Os/as Pejoteiros de Caldas Novas nos convidaram a celebrar a Eucaristia, com um texto poético carregado de lutas, utopias e resistências das mulheres, em um continente marcando pela esperança teimosa. Em seguida, o canto de uma mulher pejoteira, chamada e cheia de “Graça” embalou uma dança de mulheres que marcava a abertura desta Celebração Eucarística, presidida pelo bispo diocesano dom Guilherme e copresidida pelos/as jovens das regiões pastorais. Outro momento marcante da celebração foi o ato penitencial, que de forma profética marcou nossos corpos, a nos convidar a pedir perdão pelas situações de violências, desrespeitos e perseguições às mulheres. Na liturgia da palavra, as mulheres parteiras hebreias, que vencem com astucia e ousadia a morte, gerando vida, foi o que marcou a primeira leitura (Ex. 1). Em seguida, o canto da profetisa Miriam dizia da força do Deus dos Pobres (Ex. 15). A história da mulher Samaritana (Jo 4), contada por uma mulher negra, chegou em nossos corpos, como boa nova de Jesus. Na homilia, dom Guilherme nos convidou a reconhecer o protagonismo das mulheres e nos apontou a urgência de um novo tempo, marcado pelo jeito feminino. Fomos motivados a reconhecer a maternidade de Deus, do Deus que é Pai e Mãe, que gera vida. A liturgia seguiu seu ciclo, sempre marcada pelo pedido de igualdade entre mulheres e homens. O símbolo dos DNJ’s (uma cabaça com fitas coloridas, marcando cada ano) foi entregue aos/às jovens da região centro, como sinal do compromisso e da missão de organizar o DNJ 2012. Os momentos finais desta celebração da vida da juventude e do protagonismo feminino foram vivenciados com música, dança e diversão… Seguimos para nossas comunidades crentes na utopia do reino e em um novo tempo de relações de vida. João Paulo Pucinelli |