Com que podemos comparar o Reino de Deus?
Com que podemos comparar o Reino de Deus?
11º domingo do tempo comum.
1° leitura: Ez 17, 22-24
Salmo 91
2° leitura: 2Cor 5, 6-10
Evangelho: Mc 4, 26-34
Uma imagem afetiva e criativa deste Brasil de raiz rural é a do/a trabalhador/a rural que depois de labutar o dia todo senta no terreiro da casa ao anoitecer em volta da fogueira para conversar, contar causos, cantar, animar a vida junto à família. E depois vai dormir.
O que esta imagem nos provoca dentro da proposta do Reino de Deus? Nossa reflexão hoje visitará nossa história que vem de um povo que lidou com a terra, que tem uma relação profunda e cotidiana com ela.
A liturgia deste domingo nos convida a se projetar neste lugar de quem semeia/planta, pois aí está o Reino de Deus. Um Reino que vem imbuído do mistério gerador de vida. Na parábola nos apresentada por Jesus, o Reino não é o resultado, mas sim o processo. É alguém que semeia, é terra que acolhe, são elementos geradores de vida, é força de vida que rompe a semente e brota, é Mistério que faz dar certo, sendo sacramento de um Deus criador e criativo.
Não, o Reino não está no fruto acabado, este é o resultado de um processo. Muitas vezes, somos tentados a considerar sacro, santo e divino aquilo que já está dentro da proposta do Reino. Mas não… o Reino está no processo gerador de vida: em alguém que acredita na proposta e se põe a semear, na realidade que se abre ao frescor do projeto libertador, nos elementos que nos ajudam a garantir a vida e na espiritualidade que irrompe nossas amarras e faz brotar a vida, a novidade… o Reino.
Jesus ainda nos conta deste semeador que depois de afagar a terra, descansa e vive confiando na providência de Deus. Assim, ao visitar nossas memórias afetivas, vemos a sacralidade daquela imagem inicial de nossa conversa.
Ainda falando em semear, o que semear? Pode ser coisas pequeninas, simples… O Reino não é feito apenas de coisas majestosas, antes de tudo o Reino é como sementes de mostardas. Pode ser a menorzinha, mas que depois de semeada, cresce e se torna a maior… e ainda tem utilidades múltiplas. O próprio Javé, aquele que fala e faz, que era, é e será; tirará as mudas e plantará e o resultado será frondoso…
Quantas plantações já fizeram singelamente e o resultado nos surpreendeu? A PJ em seus vários espaços e instancias tem se dedicado a plantar? Quando plantamos queremos que nós colhamos ou plantamos para fazer o bem a quem quiser. Vejamos que até os passarinhos se aproveitam da sombra destas grandes árvores.
Só planta quem tem esperança. O Reino é para quem conjuga o verbo esperançar. E neste tempo em que muitos lugares estão fazendo suas colheitas de milho, feijão e frutas e que nosso povo tem celebrado as festas juninas com suas devoções populares, somos convidados a conjugar este verbo também. Podemos comparar o Reino com que? Esperancemos.
Por Pedro Caixeta
CEBI GO
Coordenador Nacional da PJ (2006 – 2009)