Jornada Mundial da Juventude de Madri terá sabor único
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- 31 de agosto de 2010
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Entrevista com bispo auxiliar de Madri e coordenador da logística
MADRI, segunda-feira, 30 de agosto de 2010 (ZENIT.org) – Dom César Franco, além de ser um dos três bispos auxiliares de Madri, tem a tarefa de ser o coordenador geral da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
Um ano antes da celebração deste acontecimento, Dom César Franco destaca nesta entrevista quais serão as características próprias da realização da JMJ em Madri, em agosto de 2011.
ZENIT: Por que um jovem deveria participar da JMJ?
Dom César Franco: Há muitas razões para participar; eu diria a um jovem que, com sua presença, a Igreja é mais jovem e ele, mais Igreja. Incentivaria-o a participar, para que vivesse em plenitude o fato de ser católico, universal. Se é praticante, eu o convidaria a compartilhar sua fé e sua vida com os demais; se é medianamente praticante, para ficar mais fortalecido; se crê pouco, porque estou certo de que Cristo passará perto dele, amando-o e aumentando sua fé. E se não crê, para que abra as portas a Cristo, que não deixa de nos buscar.
ZENIT: Por que uma reunião de jovens?
Dom César Franco: Os jovens são muito importantes para a Igreja. Eles são o futuro em todas as instâncias da vida. Também o futuro da Igreja. A Igreja acredita nas possibilidades dos jovens, em sua capacidade de se doar e de amar a Cristo quando o encontram. Estas jornadas são, além disso, uma oportunidade para que os jovens do mundo se encontrem, orem, compartilhem sua fé e a celebrem profundamente. As jornadas são uma manifestação da juventude da Igreja, uma festa da fé em torno de Cristo ressuscitado.
ZENIT: Que impacto o senhor acha que vai haver na Igreja da Espanha?
Dom César Franco: Não sou profeta e não posso prever o impacto que acontecerá na Igreja da Espanha. Ainda assim, acredito que nossa Igreja será fortalecida e animada diante do testemunho dos jovens que, apesar das dificuldades ambientais, seguem Cristo, confiam nele e procuram ser fiéis.
Em todos os lugares onde foi realizada a Jornada Mundial da Juventude, a Igreja recuperou a confiança em si mesma, renasceram as vocações para o sacerdócio e a vida consagrada e desapareceu o mito de que os jovens não querem saber de Cristo nem de sua Igreja.
ZENIT: O que cada país oferece para a JMJ? E o que a Espanha vai oferecer?
Dom César Franco: Cada país oferece sua própria riqueza, sua história, sua tradição. Cada povo traz a fé de suas tradições, sua própria vivência.
Na Espanha, por exemplo, a Semana Santa é vivida não só na liturgia das catedrais, paróquias e igrejas, mas também na rua, com as procissões. Temos um bonito patrimônio artístico, os chamados "Passos", que queremos mostrar na grande Via Sacra que será presidida pelo Papa.
A Espanha é também um país de rica tradição eucarística e mariana. Na Vigília de jovens, será exposta a Eucaristia na custódia de Arfe, que a diocese de Toledo generosamente colocou à nossa disposição.
São exemplos para mostrar que a Espanha vai trazer seu próprio ser, o de uma nação rica e de fecunda tradição católica, desde a própria origem do cristianismo. Basta olhar aos santos padroeiros da JMJ para se dar conta do muito que contribuiu e contribui.
ZENIT: A JMJ supõe um grande esforço preparatório, tanto econômico como em recursos humanos; não seria melhor empregar estes esforços em outras tarefas, como na construção de templos ou no apoio ao trabalho vocacional ou proselitista da Igreja?
Dom César Franco: Na Igreja deve-se fazer de tudo. Em Madri, concretamente, não deixamos de construir templos nestes últimos anos e continuaremos fazendo sempre que for necessário.
Trabalhamos também na pastoral vocacional, na missão evangelizadora fora e dentro da nossa diocese. Impulsionamos o trabalho nos meios de comunicação social. E a tarefa que realizamos na Cáritas diocesana é imensa. E, como Madri, todas as demais dioceses.
Mas estes encontros são necessários para a própria missão evangelizadora da Igreja e por isso são feitos com a ajuda de todos. Deste fato nosso povo é consciente e ajuda com muita generosidade. Tudo o que a Igreja faz para desenvolver sua missão é importante.
ZENIT: Além do impacto espiritual nos assistentes, afeta também a sociedade em que é celebrada a JMJ? Como o senhor gostaria que fosse esse impacto?
Dom César Franco: Eu diria que as Jornadas da Juventude deixam nos lugares onde foram celebradas "o bom perfume de Cristo". É uma experiência comum que as pessoas, ainda as que não acreditam, fiquem impressionadas pela alegria dos jovens, por seu bom trabalho.
Os receios iniciais, ao se anunciar uma grande multidão de jovens, desaparecem rápido e dão lugar à simpatia generalizada. Naturalmente, são jovens com suas virtudes e defeitos, mas eles vêm como peregrinos em busca do que da sentido à vida do homem: Deus, Cristo e vida eterna. Isso sempre é impactante para aqueles que pensam que esta vida é a definitiva.
A peregrinação sempre vê além, não se detém na metafísica. Aponta para a meta eterna, que é a casa do Pai. Este é um impacto que eu gostaria que os jovens deixassem em Madri: a juventude que caminha até Deus, deixando o rastro do bom perfume de Cristo.