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Alegria dos Pobres: “Deus manda, Deus manda, na hora que mais se precisa”

 Alegria dos Pobres: “Deus manda, Deus manda, na hora que mais se precisa”

Alegria dos Pobres: “Deus manda, Deus manda, na hora que mais se precisa”

 

 

Por Ir. Joilson Toledo, FMS

 

A Bíblia, a liturgia e a vida são repletas de relatos do amparo de Deus aos seus pequeninos. Isso não nos leva a uma consciência mágica, mas nos ajuda a superar os tempos difíceis. O convite da liturgia deste domingo é ter em mente, sempre,  que a alegria de Deus são as pessoas e a criação bem cuidadas, vivas e felizes. Eis o que celebramos neste domingo que a liturgia costuma chamar de domingo da alegria. Deus vem para a alegria dos pobres. O povo simples faz desta intuição a força para viver. Artistas a poetizaram de várias formas tais como a musica de Jorge Aragão, Deus manda[1].

A primeira leitura tirada do livro do profeta Isaías, mais especificamente de uma parte que foi escrita depois do retorno do exílio da Babilônia. Seus primeiros versículos talvez nos sejam conhecidos porque são eles que a comunidade de Lucas traz como proclamação de Jesus numa sinagoga (Lc 4, 18-20). Nestes versos encontramos fragmentos da autoimagem que os primeiros cristãos fizeram de seu mestre. Neles encontraríamos algo da maneira como nos vemos ou como somos vistos? O profeta reconhece a “mão de Deus” nos processos de libertação dos empobrecidos, mais ainda ele se vê escolhido e enviado para esta missão. Deus o chama e o prepara.

O profeta se alegra em Deus. A ação de Deus é sinal de alegria para nós? Você e eu nos sentimos chamados, preparados e enviados? Qual é a causa da sua alegria? Nestes tempos de desgoverno em que são votadas reformas que retiram direitos da população e, em especial, dos empobrecidos, ainda acreditamos que a partir da organização popular e através de nós Deus faz germinar a justiça e sua gloria diante das nações?

É interessante as imagens do final da leitura Terra/ Deus, semente/justiça e glória (Is 61,11). O povo da bíblia acreditava que, mergulhados em Deus, potencializamos o que há de bom. Assim como as sementes brotam é possível ver a justiça brotar.

Neste período de Advento, onde a atitude de vigilância tem sido destacada, a segunda leitura dá o tom de como deve ser esta postura de atenção. Lemos a primeira carta aos tessalonicenses. Um dos primeiros escritos do Novo Testamento. Possivelmente da primeira metade da década de 50. O fragmento lido se encontra no final do livro. Como se fosse uma espécie de recomendação final para a vida em comunidade. Nela, Paulo traz algumas atitudes que podem iluminar nossas trajetórias, também hoje. Estar alegre: reconhecer o sentido do que está acontecendo; manter a vida conectada com Deus; ser agradecido pelo que de bom vai acontecendo; não deixar apagar o que nos impulsiona; não desprezar o que reconhecemos como apelo e palavra de Deus em nossas vidas. Contudo, junto com a atitude de alegria, há um convite fundamental para este tempo que vivemos: analisar tudo e ficar com o que é bom. Neste tempo de espera, de preparação é preciso olhar para a própria vida e fazer escolhas. Ficar longe do que é mal. O texto conclui com uma certeza que deve animar a todos os discípulos de Jesus: “Aquele que vos chamou é fiel”. A fidelidade de Deus e nossa competência é a razão da nossa alegria; não é o fato de “estar tudo dando certo” que nos anima, mas a consciência do “por quem” abraçamos as causas que abraçamos.

No princípio era o Verbo

Neste domingo lemos um trecho do Evangelho de João. Estas partes do primeiro capítulo se situam no prólogo e no início da chamada dos discípulos. A comunidade joanina começa seu Evangelho com um início cristológico que contempla o mistério da encarnação não a partir da infância de Jesus, como fazem Mateus e Lucas, mas a partir da preexistência, antes da criação: “No princípio era o Verbo” (Jo 1,1).

Alguns que estudam bíblia nos dizem que Jo 1, 6-8 talvez seja um fragmento incluído posteriormente no prólogo. De qualquer forma, logo no início do Evangelho de João temos um testemunho de João Batista. É bem provável que João, assim como Jesus, tenha constituído um movimento de discípulos ao redor de si.

Os que procuram João iluminados pela esperança messiânica querem saber se João, o batizador, é o Messias (Chegamos ao tempo da realização das esperanças?) ou temos, ainda, que aguardar? Já está acontecendo ou não é, ainda, desta vez? Aos que os questionavam João sinalizava que havia algo acontecendo no meio deles e eles ainda não o haviam percebido. Talvez você, como aqueles aos quais se dirige a comunidade joanina, quer questionar e deve olhar melhor os fatos, as vida, a história os sinais de esperança que estão ai.

Eis o convite do domingo da alegria. Pôr-se numa atitude de alegre atenção. Atenção de quem desce aos detalhes e nem com isso deixa  o coração angustiar-se, mas, pelo contrário, se alegra pelo que vai acontecendo. Faltando menos de 10 dias para a chegada do Natal, nosso coração já palpita de alegria. O Menino vem. Deus em nós, através de nós e, por vezes, apesar de nós, vai sinalizando a esperança aos seus pequeninos. Assim, enquanto aguardamos o Natal seguimos fazendo de um samba nossa profissão de fé: “Deus manda, Deus manda na hora que mais se precisa”.

[1]  https://www.youtube.com/watch?v=3nA17mh7u04

Teias da Comunicação

Equipe Nacional de Comunicação da PJ "Teias da Comunicação"

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