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Ateliê sobre gênero e sexualidade


     Infelizmente, as relações de gênero produzem uma distribuição desigual de autoridade, poder, dominação entre homens e mulheres, gerando preconceito e discriminação que, quando não abordadas na escola, podem continuar fazendo parte de nossos valores.
     Diante desta realidade, surgiu a necessidade de se trabalhar e discutir sexualidade e gênero – com alunos e professores – em sua forma mais ampla e pragmática, dando a todos a oportunidade de amadurecimento a respeito do tema abordado, favorecendo o desenvolvimento de suas habilidades, de forma lúdica e prazerosa.

Acontecendo na prática

O ateliê é a oportunização de estratégias que facilitem a abordagem do tema de maneira prática e cativante, garantindo a alunos e professores a construção/reconstrução de seus próprios conceitos de sexualidade e gênero, constando assim de três eixos centrais: 1) atividades e conteúdos ministrados na sala de aula que servirão para a discussão do tema; 2) criação do espaço humanescente; 3) por fim, a confecção de um jornal informativo. Estes eixos foram distribuídos em etapas.

1ª etapa: começa com a exposição aos alunos e equipe pedagógica da importância de ampliar as discussões sobre gênero e sexualidade, a fim de promover mudanças significativas em nossa sociedade e amenizar as desigualdades de gênero.

2ª etapa: levar para a sala de aula textos, músicas, filmes e documentários que trabalhem a temática. Músicas: Masculino e feminino (Pepeu Gomes), Tem pouca diferença (Durval Vieira), Amor e sexo (Rita Lee e Roberto de Carvalho), A mulher que virou homem (Elias Soares e Jackson do Pandeiro), Homem (Caetano Veloso), Wake up (Hilary Duff & Dead Executives). Documentário: Identidades, gênero e diversidade sexual (Ciências Sociais/UFRN). Textos: Mulher ao espelho (Cecília Meireles), Soneto do Corifeu e Para viver um grande amor (Vinícius de Morais), Bom mesmo (Luis Fernando Verissimo). Filmes: Billy Elliot (2000), Filadélfia (1993).

3ª etapa – teatro e dinâmicas:
a) Solicitar aos alunos a criação de peças teatrais com exemplos diários de como a questão de gênero e sexualidade é retratada em nossa sociedade.
b) Pedir para os alunos tragam para a escola brinquedos que marcaram a infância de cada um deles e sugerir que eles relatem para os demais a razão da escolha daqueles brinquedos.

4ª etapa: criar um espaço humanescente dentro da escola e pôr, no mesmo, lavanda de florais e um tapete para tornar o ambiente mais acolhedor. Elaborar cartazes, destacando a temática de gênero a fim de estimular o debate e diálogo sobre o assunto.

5ª etapa: elaborar um mural expositivo com fotos e cartazes do ateliê para mostrar à comunidade escolar que a educação sexual é trabalhada de forma lúdica e prazerosa.

6ª etapa: construir com os alunos um informativo (jornal ou fanzine) explicando os objetivos do ateliê, pedir para que os alunos o distribuam e relatar como foi a experiência.

Resultados obtidos

Ampliaram-se os espaços de discussões a fim de produzir mudanças significativas em nossa sociedade, amenizando as desigualdades de gênero. Por isso, o debate sobre educação sexual abordado na escola atinge ambientes que permeiam o alunado, como a casa, a família, a igreja, o trabalho e a relação entre os amigos.

O envolvimento e a compreensão melhor do tema pelos alunos contribuiu para transformações e mudanças de posturas em suas vidas, como se refere, por exemplo, a aluna S.R., 14 anos: “Consegui superar tabus impostos na minha família como ‘homem não chora’, ‘mulher não sabe dirigir’ ou ‘só a mulher pode fazer trabalhos domésticos’.
 

Mytercia Bezerra da Silva licenciada em Ciências Biológicas, professora de Ciências, especialista em Estratégias Metodológicas em Educação Sexual. Natal, RN.
Professores colaboradores Astíages R. Siqueira, Marluce Galdino Cunha e Zoraide Pereira de Araujo da Silva.



Teias da Comunicação

Equipe Nacional de Comunicação da PJ "Teias da Comunicação"

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