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Autoridades, a juventude quer viver!

Até quando você vai levando, porrada, porrada, até quando vai ficar sem fazer nada?
(Trecho da música até quando? de Gabriel o pensador)

Passado 1 ano ou exatos 13 meses, da morte daquele que lutou contra todas as formas de violência juvenil, o nosso querido padre Gisley, vítima daquilo que lutava contra, me vêem alguns questionamentos: Aonde iremos chegar? Aonde iremos parar com tanta violência? O que vamos fazer?

Interessante é observar que aqueles que mais sofrem algum tipo de violência, são na maioria das vezes, jovens pobres e esquecidos, massificados por um governo que a cada dia demonstra a sua ineficiência ao tratar da temática da segurança pública, dos direitos humanos e da violência juvenil.


É importante que reconheçamos que os nossos jovens a cada dia são os mais prejudicados: Irmãos, primos ou até mesmo um colega de trabalho pastoral, são esses que agora vêem sofrendo com a falta de planejamento político para a juventude. Abramos os nossos olhos!

Em meio a toda essa violência que se instaura, é imprescindível que não nos calemos, que não deixemos passar e baixando nossas cabeças como meros cordeiros. Quem não se lembra da morte do jovem sonhador, o Alcides, aquele que ficou conhecido por ter passado em 1° lugar no curso de Biomedicina na Universidade Federal de Pernambuco. Jovem de família humilde e que foi morto a tiros por não saber informar aos criminosos onde estavam os seus vizinhos. E morte do jovem Djair de Jesus, arrastado e executado pela policia militar do estado da Bahia, sem envolvimento algum com drogas.

É diante de cenas como essas, mostradas rotineiramente pela mídia, que olho para as autoridades competentes, responsáveis pelas políticas públicas para a nossa juventude nesse país e não consigo que eles (os responsáveis-mor) me inspirem credibilidade alguma, deixando-nos ao “Deus dará”.

Sinto-me mal, quando olho para o mapa da violência mundial, e vejo o Brasil na terceira posição, atrás apenas da Colômbia e da Venezuela, no tocante a assassinatos juvenis.

Sinto-me mal, em saber que em cada 10 jovens assassinados, 7 são negros.

Sinto-me mal, em saber que se continuar dessa forma que está, até 2013, ou seja, daqui a 2 anos morrerão em média 33.500 jovens, segundo os estudos a RITLA (rede de informação tecnológica latino americana).

Sinto-me mal, em saber que o governo continua querendo reduzir a maioridade penal, onde sabemos que o principal responsável pela violência é a desigualdade social e não o fato de ser jovem.

Sinto-me mal, em saber que ainda são poucas as iniciativas do governo na proposição e na execução de políticas para a juventude.

Por fim, é preciso que diante de tanta crueldade com a nossa juventude, não possamos ficar de braços cruzados e calados. Devemos lutar pela verdade, dizendo por todos os cantos: Autoridades, a juventude quer viver!


* Assessor da AJS (Articulação da Juventude Salesiana) de Natal (RN) e membro da asessoria do Setor juventude da Arquidiocese de Natal.

Teias da Comunicação

Equipe Nacional de Comunicação da PJ "Teias da Comunicação"

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