22 de março: Dia Mundial da Água
Por Sérgio Matos – Secretário arquidiocesano da PJ de São Luís
Neste dia (22/03) é comemorado o Dia Mundial da Água, onde tem como objetivo refletir e discutir a importância de preservar esse recurso natural essencial para a vida em nosso planeta. Essa data foi criada em 1992 pela Organização das Nações Unidas (ONU) com intuito da ampliação da discussão sobre sua importância da água para nossa sobrevivência, além da necessidade urgente de manter o recurso disponível.
No mesmo dia a ONU divulgou a Declaração Universal dos direitos à Água: 1 – A água faz parte do patrimônio do planeta; 2 – A água é a seiva do nosso planeta; 3 – Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados; 4 – O equilíbrio e o futuro de nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos; 5 – A água não é somente herança de nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores; 6 – A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo; 7 – A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada; 8 – A utilização da água implica respeito à lei; 9 – A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social; 10 – O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.
A água surgiu desde o início da criação, segundo o livro de Gênesis: “E o espírito de Deus pairava sobre as águas.” (Gn 1, 2c), ela simboliza a purificação e é elemento central em diversas atividades religiosas, como no batismo, nas benzeções e nas cerimônias de religiões afro-brasileiras. No Santo Daime, ritual de origem amazônica, seus membros são chamados de “filhos das águas brancas” e estabelecem uma forte relação simbólica e religiosa com esse elemento. Na cultura indígena tupi-guarani, Tupã chamado de “O Espírito do Trovão” é o grande criador do céu, da terra, dos mares, assim como o mundo animal e vegetal. Na cultura afro, Oxum é a representante das águas doces, chamada de Deusa do amor, da fecundidade, fertilidade, união e prosperidade.
No cristianismo, Jesus Cristo se descreve como fonte de água viva, uma fonte de vida eterna. “Aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que jorre para a vida eterna” (Jo 4, 14). É utilizada no batismo como sinal de purificação para o início do serviço como igreja, além de ser sinal de vida. Na cruz, uma lança transpassa o corpo de Cristo e Dele jorra sangue e água, jorrando do coração de Jesus a fonte da graça. A água simboliza o Espírito Santo que é derramado como fonte de graça para a salvação da humanidade, e o sangue de Cristo simboliza a salvação, além de representar o sacramento do batismo e Eucaristia.
No Maranhão a disponibilidade hídrica em metros cúbicos por habitante em um ano é de cerca de 10.000, sendo aproveitado cerca de mais de 80% das águas subterrâneas, além das águas subterrâneas, o Estado conta com alguns rios, sendo os principais: Pindaré, Mearim, Itapecuru, Parnaíba, Maracaçumé, Munin, Periá, Preguiças e Turiaçu. Os três primeiros são considerados rios pré-amazônicos e estão dentro da Amazônia Legal, nem todo rio que percorrem o Maranhão estão totalmente vivos, pois com a urbanização, além da poluição próximo às suas nascentes acabaram perdendo o seu fluxo, ficando cheios novamente somente em períodos chuvosos.
Com a urbanização no mundo todo, principalmente asfaltamento, há grande dificuldade do filtramento das águas no subsolo, dificultando o abastecimento das águas subterrâneas, por isso é necessário termos o cuidado para a não contaminação das águas subterrâneas, além dos demais recursos hídricos que temos, para não causar sua escassez ou inapropriamento para o seu consumo e utilização. É preciso fazer o consumo necessário evitando o desperdício, pois sem água prejudica a indústria, agricultura e quase tudo que fazemos, além da perda de vida, pois ela é o elemento principal de nosso sistema.