Em Samaria – a vida explode em esperança!
“Servindo sempre ao Senhor, alegres por causa da esperança…” [Romanos 12,11]
O caminho do seguimento a Jesus é caminho para Jerusalém. Os Evangelhos nos deixam isso claro. É o caminho da doação total da vida. Do abaixar-se e levar os pés. Da entrega na Cruz. Da ceia eternizada em memória, partilha, pão e vinho. Da vida que rompe o sepulcro e derrota a morte. O caminho é Jerusalém. Na paixão pela Juventude e tendo a Civilização do Amor como horizonte, estamos nesse caminho com nossos medos e resistências, mas repletos de esperanças.
O caminho para Jerusalém não é um caminho fácil. O caminho de fidelidade ao projeto de Jesus e ao projeto de Reino é sempre exigente e comprometedor. Servir a juventude ajudando-as a fazerem um caminho de formação integral, de se tornarem protagonistas da construção da Civilização do Amor nos passos de Jesus exige a radicalidade do Evangelho. Não é fácil acompanhar a juventude no seu caminho de autonomia. Não é difícil acolher o Divino no/a jovem. Viver em grupo, gerar grupos de jovens, é ir contra a maré da sociedade e romper com a lógica do individualismo. Obviamente é um caminho inundado de muitas alegrias, mistérios, belezas. Mas, não podemos nos esquecer que Jerusalém é Jerusalém da ressurreição e Jerusalém da Cruz.
O caminho para a Jerusalém, dada a sua exigência, é um caminho que pode gerar em nós o cansaço. O mesmo se dá no fazer pastoral com a juventude. Às vezes esse caminhar tem suas feridas. Tudo isso mexe com a gente. Isso somado a lógica opressora do capital (que não enxerga as pessoas, mas apenas o capital, o dinheiro) cria em nós a tentação da falta de esperança. Mas, não nos enganemos. A falta de esperança é heresia. Nós, cristãos e cristãs, somos por identidade e memória o povo da esperança.
Samaria, terra que pisamos nesse caminho de revitalização, nos recorda sempre que a Esperança explode na vida da gente. Do encontro de Jesus e a Samaritana saboreamos a esperança que nasce do encontro. Encontro marcado igualmente pela confiança, abertura e acolhida. Às vezes, nossas vidas guardam encontros como esses. No meio de nossos cansaços encontramos alguém que nos acolha, escuta, que gere confiança. Sim, do encontro nasce a esperança. Não esqueçamos disso!
Samaria ainda nos recorda que a esperança nasce da compaixão. Todo gesto de compaixão gera a esperança. Às vezes nos sentimos como o ferido no caminho. E como ele, somos surpreendidos pela compaixão que nasce em nós ou pela esperança que brota a partir de um gesto de compaixão que nos cuida e acolhe. Uma atitude de compaixão que estendemos a outro ou que recebemos sempre recordará o cuidado daquele Bom Samaritano, tal cuidado sempre será gerador de esperança.
Samaria ainda explode em esperança por nos recordar a gratidão que nasce da memória. No meio dos medos, cansaços e dores é fácil nos perdemos. Deixamos de olhar nossa história e o caminho percorrido. Mas, somos sempre motivados a termos uma memória agradecida como aquele leproso curado. Tal memória sempre alimentará em nós a esperança. Somos fundamentalmente um povo da memória, como cristãos. Essa memória não pode nos deixar cair na desesperança.
Oxalá de nosso poço em Samaria, nas estradas para Jerusalém, sejam sempre poços que jorrem abundantes águas de esperança. Nunca nos esqueçamos: a falta de esperança é heresia.
Mantra:
/:Caminhar tem suas feridas
A esperança nos cura e nos move
A memória alimenta a esperança
Surge no Jovem o Divino :/
Cladilson Nardino – Estudante de Engenharia Civil e membro da coordenação arquidiocesana da PJ de Curitiba/PR
Luis Duarte – Militante da PJ
Maicon Malacarne – Padre e assessor da PJ de Erexim/RS