Jovens hondurenhos marcham pelo fim da violência
Nesta sexta-feira (8), jovens hondurenhos e hondurenhas marcharão contra a violência no país. A atividade, denominada Samaritanos por amor, é organizada pela pastoral da juventude da Arquidiocese de Tegucigalpa. A ideia é sair do município hondurenho na sexta-feira rumo a Talanga, também no departamento de Francisco Morazán. A chegada está prevista para ocorrer no domingo (10).
A atividade tem o objetivo de demandar do Governo o desarmamento e o fim da violência no país. A expectativa é que cerca de 4 mil jovens percorram aproximadamente 55 quilômetros para chamar a atenção da população e das autoridades governamentais para a situação da violência no país, a qual já atinge índices alarmantes.
Esta não será a primeira vez que os/as jovens marcharão pela paz. Segundo informações de agências, a juventude hondurenha já se mobilizou em torno na temática em Cedros, Danlí, Juticalpa, Comayagua, Esperanza, entre outros locais.
Informações do Observatório da Violência do Instituto Universitário em Democracia, Paz e Segurança (Iudpas) destacam que, entre janeiro e março deste ano, 920 jovens entre 12 e 30 anos de idade morreram de forma violenta, cifra que representa mais da metade das mortes violentas no país no primeiro trimestre deste ano.
Os números também não foram animadores no ano passado. Dados do Informe Anual do Comissionado Nacional dos Direitos Humanos (Conadeh) revelam que, somente em 2011, 7.104 pessoas foram vítimas de mortes violentas em Honduras. O país vive uma "epidemia” de violência, visto que a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece "epidemia” quando as taxas de homicídio são acima de nove para cada 100 mil habitantes. No caso de Honduras, as taxas superam – e muito – essa cifra: no ano passado, foram 86,5 homicídios para cada 100 mil habitantes.
De acordo com o Informe de Conadeh, as mortes violentas aumentaram no país principalmente a partir de 2006. Além disso, o documento registra a quantidade de mortes durante os primeiros 23 meses da gestão de Porfirio Lobo, entre janeiro de 2010 e dezembro de 2011: 12.838 pessoas morreram; uma média de 19 falecimentos por dia.
O relatório também destaca que a maioria das vítimas pertence à parcela da população economicamente ativa do país. Entre 2007 e junho de 2011, 22.826 pessoas morreram de forma violenta. Dessas, 47,45% eram jovens entre 15 e 29 anos de idade, e 32,17% tinham entre 30 e 44 anos.
Além disso, o informe aponta que cerca de 80% das pessoas que morreram de forma violenta no país entre 2005 e junho de 2011 foram vítimas de armas de fogo. Estima-se que existam mais de 800 mil armas no país; dessas, 650 mil estariam circulando ilegalmente.
Com informações de agências.