Rodas de conversas e diálogos à beira do poço são destaque do sexto dia de Encontro
Por Kelton Pinho e Vitória Correia
Celebração Eucarística, diálogos à beira do poço e rodas de conversas compuseram a programação desta sexta-feira, 12, na Universidade Federal do Acre (Ufac) como parte do eixo metodológico “Agir”, durante o 12º Encontro Nacional da PJ (ENPJ). As delegações e as equipes de trabalho tiveram noite livre para se confraternizarem.
O sexto dia iniciou com uma Celebração Eucarística. Na oportunidade, o secretário nacional da PJ, Davi da Silva, anunciou os cinco eixos pastorais definidos no 2º Encontro Nacional de Revitalização da Pastoral Juvenil (ENRPJ), que serão trabalhados durante o triênio de 2018/2020, são eles: missão, formação, estruturas de acompanhamento, ecologia e políticas públicas.
Segundo o bispo emérito de Porto Velho, dom Moacyr Grechi, o ENPJ é mais uma oportunidade ideal para a partilha de experiências e culturas. “O fato de ter gente de praticamente todo o Brasil é um fato único, pelo menos aqui na Amazônia só tivemos encontro das Comunidades Eclesiais de Base em Porto Velho. É muito importante se reunirem para partilhar e ver as diferenças”, afirmou o bispo.
Ainda durante a manhã, a juventude participou dos diálogos à beira do poço. O primeiro debateu Cultura do Bem Viver, e o segundo abordou Lutas, Resistências e Experiências, respectivamente. Aline Ogliari, representante do Regional Sul 4, da Diocese de Chapecó, em Santa Catarina, contribuiu no primeiro diálogo sobre a cultura do Bem Viver. Segundo ela, a conversa é essencial para a construção da Civilização do Amor.
“Essa discussão é fundamental, porque imaginar o Bem Viver é aproximar qualquer teoria que possa ser elaborada sobre o tema, orientada sobre os princípios da coletividade, comunidade, direitos humanos, direitos da natureza, da reciprocidade e da cooperação, aproxima nosso olhar para o reino de Deus”, ressaltou Ogliari.
Segundo Ilze Campos, do Regional Norte 1, da Prelazia de Itaguatiara, em Roraima, o que chamou mais atenção nos diálogos à beira do poço foi a questão da mulher indígena em relação a exclusão, preconceito e racismo. “As mulheres indígenas se colocaram também na situação. Não é só a sociedade que está demostrando esse acontecimento. As mulheres estão mostrando a cara porque nem sempre é aceito na sociedade, as mulheres terem força, voz e vez”, afirmou a delegada.
Rodas de Conversa
Divididos em grupos as delegações participaram durante a tarde de 23 oficinas e rodas de conversas. Com a condução de um facilitador, os jovens conversaram e partilharam realidades e experiências sobre o tema.
Vinicius Borges, coordenador nacional em transição do Regional Leste 2, ministrou a oficina “Democratização da Mídia”, onde pôde fazer um diálogo sobre os meios de comunicação do Brasil e conhecer as realidades específicas da juventude dos estados. “As rodas de conversa ajudam com que nós comecemos a pensar sobre o nosso agir, nossa incidência pós Encontro Nacional, sobre como iremos construir a cultura do Bem Viver”, destacou o facilitador.
A delegada Renata Kester, representante do Regional Noroeste, da Diocese de Ji-Paraná, em Rondônia, que participou da roda de conversa sobre “Sínodo da Juventude: Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”, contou sobre a experiência de partilha de realidades diferentes e avaliou positivamente o momento junto com as delegações.
“Esses momentos deixam os jovens a vontade para falar sobre o que estão sentindo. As rodas de conversa são importantes para mostrar que alguns problemas não acontecem apenas na cidade da sua base, mas sim, infelizmente, em todo o Brasil”, concluiu.
O destaque da manhã deste sábado, 12, foi o lançamento da “Campanha Nacional de Enfrentamento ao Ciclo de Violência contra a Mulher”, no Teatro Universitário da Ufac. As delegações participam de oficinas durante a tarde e às 20h, a Festa do Bem Viver será realizada no Ginásio Municipal, localizado no bairro Universitário III, em Rio Branco, Acre.