Na Galileia – a profecia da palavra que cura!
A Pastoral da Juventude do Brasil vem experimentando uma teologia denominada “Galileias Juvenis”. Desde a preparação para a Ampliada Nacional realizada em Crato no ano de 2017, a PJ se propõe a aproximar-se das realidades juvenis, de maneira especial, aquelas mais “lascadas”. São as “Galileias” que Jesus visitou e onde realizou a sua missão. Essa inspiração tem perpassado encontros, assembleias, missões e, mais recentemente, iluminou também o Encontro Nacional da Pastoral da Juventude em Rio Branco/AC. Saímos de lá marcados por essa Palavra: vamos à Galileia!
O Evangelho do 4º Domingo do Tempo Comum apresenta Jesus na Sinagoga de Cafarnaum. Sua missão vai se realizando nessa “Galileia”. O Evangelho de Marcos vai mostrando a identidade de Jesus aos poucos. Na Sinagoga, em dia de sábado, Jesus foi escutar a pregação da Palavra que era feita pelos Escribas. Ele, ali, também proclamou a Boa Notícia de Deus. As pessoas ficaram impactadas com a “autoridade” de um Mestre diferente, que não tinha nenhuma grande formação. Sua “autoridade” vinha do jeito como vivia. Nesse mesmo lugar, com essa mesma Palavra, Jesus expulsou o espírito mau que atormentava um homem. A Palavra de Jesus não é desconectada com a vida – por isso, é palavra que cura, que congrega, que vence o mal, que reúne, que tem autoridade.
A profecia sempre vai em dois caminhos – o profeta/a profetiza é aquele/a que fala em 1) nome de Deus e 2) em nome dos pobres. Profecia é dar voz, falar em nome. Por isso, a profecia não se cala, não se importa com “o que vão dizer”. A profecia é corajosa, não se amedronta. A Palavra e a obra de Jesus se fazem profecia na Galileia. A profetiza/o profeta precisam estar profundamente conectadas/os ao Evangelho e as realidades do mundo para poder exercer a sua vocação.
Vivemos um contexto que, não raro, empresta voz ao ódio, a maldade, a divisão… Não usamos a Palavra profética, mas a palavra diabólica. Essa última semana com o julgamento do Ex-Presidente Lula experimentamos, mais uma vez, palavras raivosas nas redes sociais. São palavras que destroem e pouco e nada tem a ver com a experiência/ação de Jesus na Galileia.
Somos convocados e enviados a ser profetas e profetizas nas “Galileias” do nosso Brasil, da nossa Pátria Grande e de todos os cantos do planeta. As “Galileias” estão à espera da nossa palavra/prática profética. A autoridade de Jesus estava ligada com a sua vida, com o seu testemunho, o seu jeito de ser, de falar… nada estava descompassado. A juventude, de todas as formas, é chamada a espalhar palavras bonitas. Nada é tão evangélico como palavras cheias de sentido, que revelam ações em superação ao mal, a violência e tudo aquilo que agride e machuca as “Galileias” juvenis.
Mais uma vez Jesus nos pede: vão a “Galileia”! Lá vocês Me encontrarão! Lá tudo faz sentido!
Vamos, vamos! Há muito “espírito mau” que precisa encontrar palavras cheias de beleza e práticas cheias de profecia! Não temos tempo a perder!
Pe Maicon A. Malacarne