Um Cajueiro no Cerrado Goiano
Banhado pelas águas de março, reconhecemos, em terras goianas, um Cajueiro. Ele foi gestado por muitos anos, forjou muitos frutos, sementes com as quais saboreamos nossas vidas. Reconhecemos que estes frutos e sementes não estão somente, aqui, em Goiás. Há uma variedade de frutos desta árvore. Aqui conhecemos o cajuzinho, o caju amarelo, o caju vermelho. Nestas terras, contudo, se explora pouco a semente. Ela é usada para plantar e a chamamos de careta do caju. Ele nasce no cerrado e é parte da paisagem.
Esse Cajueiro, encontrado nestas terras do Cerrado Goiano, nasceu do desejo de muita gente; nasceu com o apoio e o acompanhamento de milhares de pessoas espalhadas pelo mundo. Não é qualquer Cajueiro. Ele se propõe a ser abrigo, sempre; resistência, em tempo de seca; perfume, em tempo de florada; abundante, em tempos de frutos e sementes porque acredita que a floresta terá outros Cajueiros que se somam com este seu esforço de estar no mundo, fazendo diferença em favor da vida dos pequenos.
Este Cajueiro está a beira de uma água que rega, todos os dias, a esperança e o sonho de construir “um outro mundo possível”. Por isto, em torno de sua sombra, junta pessoas, grupos, entidades que desejam se alimentar deste sonho de ver a justiça e a paz Reinar entre nós. Nesta sombra, alimentada na vida comunitária, no desejo de celebrar a vida abundante para todos/as, se cultivarão os valores de respeito, de cuidado, de liberdade, de acolhida, de bem querer. Exercitar-se-á o conflito das ideias na buscar de romper com o homogêneo e com o massificado. Queremos diversidade e respeito às diferenças. Queremos provocar que cada pessoa diga “sua palavra original” sobre o mundo e sobre elas mesmas.
Na sombra agradável e fresca deste Cajueiro, amadurecerão projetos de mística e espiritualidade, de cidadania e economia solidária, de pesquisa e publicações, de intercâmbio e esforços na construção do bem viver, jovens e adultos, protagonistas e autônomos; ali cuidar-se-á da saúde e das relações pessoais, alimentar-se-ão sonhos em celebrações e partilhas de vida.
Na brisa deste Cajueiro serão planejados caminhos das políticas públicas e se construirão caminhos coletivos para que a vida seja respeitada e cuidada. Por isto, neste espaço, grupos se encontrarão e colocarão em práticas estes sonhos coletivos. Elaborarão projetos de vida pessoais, comunitários e de planeta. Este Cajueiro quer acolher aves de toda natureza, e confiará que estes pássaros serão condutores destas sementes espalhadas por todo o mundo.
Será uma árvore que produzirá frutos, sementes, sombras, brisa para acolher, com carinho, a juventude empobrecida. E assim, com ela, espalhar o prazer de viver uma vida segura, com direitos garantidos, com arte e lazer, com cultura e beleza a fim de espalhar o bem e a bondade, crendo que “gentileza gera gentileza”.
Para que tudo isto acontecesse, no dia 23 de março de 2013, aprovamos o Marco Legal, o Estatuto, e elegemos um grupo coordenador que terá a tarefa de acolher e organizar as ideias e decisões. Até definimos o lugar onde vamos cultivar este Cajueiro.
Espalhamos esta boa noticia porque esperamos que as águas de março, abundantes; a resistência firmada em raízes firmes; um verde abundante; flores perfumadas e esperanças de frutos e sementes, possam nos alimentar neste caminho que retomamos de outro lugar. Agora, é na sombra do Cajueiro que sonhamos gerar o Bem Viver e o Bem Querer.
Goiânia, 25 de março de 2013.
Carmem Lucia Teixeira, da coordenação do CAJUEIRO – Centro de Formação, Assessoria e Pesquisa em Juventude, pesquisadora em Juventude, co-autora do livro Juventude e Autonomia.
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