Abertura da JMJ-Madri
Cardeal Rouco Varela fala em «geração Bento XVI», marcada pela globalização e a crise económica
Dezenas de milhares de jovens deram hoje início à 26ª edição da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em Madrid, numa missa em que foram recordados os cristãos perseguidos nos países em que são minoria.
Na celebração, presidida pelo cardeal Rouco Varela, arcebispo local, na emblemática Praça de Cibeles e dedicada à memória do beato João Paulo II (1920-2005), criador do maior evento juvenil da Igreja Católica, os participantes ouviram rezar em árabe e hebraico, francês, alemão e japonês, recordando as vítimas de abusos, da guerra e dos abortos.
D. Antonio Rouco Varela, deu as boas-vindas aos participantes oriundos de outros países (são esperados um milhão de jovens de 139 países), pedindo-lhes que se sintam “em casa” durante a JMJ, que decorre até domingo.
Ele lembrou João Paulo II e o que considerou o “novo período histórico da relação” do Papa com a juventude, uma relação “direta, imediata, de coração a coração”.
O cardeal espanhol disse, no entanto, que os jovens presentes em Madrid são a “geração Bento XVI”, com outros “problemas e circunstâncias” de vida, como a “globalização, as novas tecnologias da comunicação, a crise econômica”.
“A juventude do século XXI precisa, tanto ou mais do que as gerações precedentes, de encontrar o Senhor pela única via que se demonstrou espiritualmente eficaz: a do peregrino humilde e simples que procura o seu rosto”, apontou.
A missa foi concelebrada por 800 cardeais, arcebispos e bispos de todo o mundo, para além de cerca de 8 mil padres.
O arcebispo de Madrid, anfitrião da JMJ pela segunda vez (a primeira fora em Santiago de Compostela, 1989), afirmou que “a personalidade histórica da Espanha” se forjou “com rasgos inconfundíveis em volta da visão cristã do homem e da vida, desde os próprios alvores da sua história”.
O responsável do Vaticano pelo acompanhamento das JMJ, cardeal Stanis³aw Ry³ko, deixou uma saudação aos participantes, que convidou a reconhecer a “fé” como um “fator decisivo na vida de cada homem”.
“Se Deus existe ou não, tudo muda. A fé é a raiz que nos alimenta coma seiva vital da Palavra de Deus e dos sacramentos, é o fundamento, a rocha sobre a qual se pode construir a vida, a bússola segura que guia as nossas decisões e dá à nossa vida a orientação decisiva”, afirmou o presidente do Conselho Pontifício para os Leigos.