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Belém – Lugar da vida doada

Morte morrida ou morte matada,
se for vida doada não é morte, é vida…

Neste caminho, como Igreja Jovem do Continente – Pastorais da Juventude – em Belém, é preciso também dar-nos conta de esse lugar bíblico, sendo terra da acolhida, da opção pelos pobres e da confiança é também Terra de Vida Doada. Por isso, neste mês em que a Igreja da Libertação celebrou a Romaria dos Mártires da Caminhada em Ribeirão da Cascalheira (MT) animando a todos/as serem com suas vidas Testemunhas do Reino e mês onde um dos escritores desse texto (Maicon) foi ordenado diácono para o serviço ao povo de Deus, gritando a Palavra com sua vida e anunciando a Boa-Nova aos pobres e jovens, queremos conversar um pouco sobre a vida doada, acerca a doação como uma atitude fundamental aos/às seguidores/as de Jesus.

A mais pura verdade da poesia diz: “Morte morrida ou morte matada, se for vida doada não é morte, é vida”. A todos/as nós seguidores/as de Jesus, que optamos a ajudar na construção do Reino, no serviço à juventude, é fundamental vivermos a doação. Jesus, durante toda sua vida, como pessoa, convidou todos os seus próximos a viverem a doação. Doar-se é sair de si e chegar no outro, na outra. Que beleza podermos reconhecer isso em nosso dia-a-dia. Claro, isso não é mágico, de uma hora para outra, mas deve ser construído, com carinho, na nossa identidade de jovens. Como é bonito podermos aceitar e admirar o Divino na Juventude ganhando vida nas noites, espaço e tempo, em que a juventude vai se doando à outros/as jovens nas amizades e festas. É o espaço em que o/a jovem é ele mesmo, sem disfarces, sem máscaras, onde sua identidade explode no ser aquilo que se é. Vale a pena lembrar que a vida doada de Jesus, diariamente, o levou a Jerusalém, a cruz. É na doação total de Jesus que a cruz adquire sentido pleno – é vida doada – não é morte! É vida!

As comunidades do evangelista Mateus insistem na atitude evangélica da doação: “Se alguém faz um processo para tomar de você a túnica, deixe também o manto. Se alguém obriga você a andar um quilômetro, caminhe dois com ele! Dê a quem lhe pedir. Não vire as costas a quem lhe pedir emprestado” (Mt 5, 40-42). Na partilha dos pães narrada pelas comunidades de Marcos a atitude de doação de Jesus evidencia o direito dos pobres, a partilha como espaço de comunhão e sinal de esperança e organização: “depois Jesus pegou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos para o céu, pronunciou a benção, partiu os pães e ia dando aos discípulos, para que distribuíssem. Dividiu entre todos também os dois peixes. Todos comeram e ficaram satisfeitos” (Mc 6, 41).

Não podemos também deixar de chamar atenção para a Eucaristia. O grupo de jovens, a juventude, vai descobrindo com alegria que para se ter verdadeira relação com os outros precisa sair de si e dar-se, e, saindo de si, está plantando vida. Por isso, a meninada gosta da Eucaristia porque quer, assim como o Pastor, dar a vida pelas ovelhas (Jo 10,15). Tomem e comam! Isso é meu corpo dado por vocês (Lc 22,18). Os jovens que vão descobrindo a riqueza e a felicidade da doação admiram a Eucaristia porque, lá no íntimo de cada um deles e delas, sentem-se chamados/a a serem, como Cristo, sacramentos da doação. A doação não está em uma ideia, mas está na afetividade juvenil, no corpo juvenil, na sexualidade, no perdão. Jesus Cristo não se doou em intenções, mas no seu corpo entregue no cotidiano de cada dia. O sagrado quer explodir, por isso, na meninada, na sua fome de doação.

Como é bonito vermos o Menino Deus iniciando sua vida, que será vida doada até o fim, em Belém. Como é bonito vermos a atitude de Maria, despojando-se de si, dando

sua vida, acolhendo e cuidando do Menino Deus primeiro nas terras de Belém e depois o acompanhando até a morte de Cruz e depois na Ressurreição. Como é bonito vermos José, que teve até vontade de fugir, junto de Maria e cuidando de ambos, mesmo na perseguição. Como é bonito ver a atitude de doação dos Pastores e dos Reis que se colocaram a caminho para se encontrar com o Deus Menino.

Oxalá, no serviço à causa juvenil, sendo Pastorais da Juventude, sejamos capazes de assumir totalmente a doação de vida e que possamos ser corajosos em ajudar e provocar que a juventude assuma um projeto de vida para que, quando houver a morte, ela não seja morte, mas Vida por que foi vida doada.

Que a memória dos/as Mártires da Caminhada, Testemunhas fieis do Reino, nos ajude a também como Jesus, Maria e José vivermos uma vida doada pela causa da vida.

Que sigamos à Estrela, doando-nos corajosamente, por causa da juventude e do Reino!

Luis Duarte – Integrante da Coordenação Nacional da PJ – Regional Centro Oeste
Maicon André Malacarne – Assessor da PJ de Erexim/RS.

Teias da Comunicação

Equipe Nacional de Comunicação da PJ "Teias da Comunicação"

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