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Belém: lugar onde a humanidade acolhe Deus

“Devemos acolher as pessoas [a Juventude]

para que sejamos cooperadores da verdade.”

(3Jo 9)

Belém é acolhida e desprezo. Acolhida, porque foi o lugar onde a humanidade acolheu o Divino que se fez Menino. A partir de Belém, Deus habita entre nós. Belém também é desprezo e rejeição, porque “não havia lugar para eles dentro da casa” (Lc 2,7).

Onde não há espaço para acolher em pensões e hotéis, acolhe-se na simplicidade de vida. Acolher é uma atitude que não requer grandes coisas, nem muitos planos. A acolhida de Jesus foi na gruta… José, Maria e os animais acolhem o Menino-Deus. Não havia grandes estruturas, mas havia amor. Primeiro os pastores e depois os reis magos, guiados em momentos distintos pela Estrela, também passam a fazer parte desse círculo da acolhida.

Todos/as nós precisamos ser acolhidos/as e acolhedores/as. É mais do que tudo uma necessidade humana. Infelizmente, por muitos motivos que não queremos discutir aqui, a Igreja precisou criar a Pastoral da Acolhida. Não se trata de dizer que ela não é importante, mas de dar-nos conta que a acolhida é uma atitude cristã. Ser discípulo/a e missionário/a é ser acolhedor/a. Ser batizado é ser acolhedor/a. Não se pode entender uma Pastoral da Juventude, uma Pastoral da Criança, uma Pastoral da Pessoa Idosa e tantas outras que não sejam ao mesmo tempo pastores e pastoras da acolhida. É a isso que Belém nos remete… É essa mística que nos desacomoda em nossas atitudes egoístas.

O Deus que acreditamos e que fazemos experiência como Juventude é um Deus sempre acolhedor. Os salmos nos ajudam a entender essa dinâmica divina de acolher: “meu pai e minha mãe me abandonaram, mas Javé me acolheu” (Sl 27,10). É a acolhida até as últimas conseqüências. Assim também canta o salmista: “Procurei Javé e ele me acolheu e dos meus temores todos me livrou” (Sl 34,5). Na acolhida se manifesta o Deus sempre amor: “Como é precioso, ó Deus, o teu amor! Deste modo os filhos de Adão se acolhem à sombra de tuas asas” (Sl 36,8). E a Mística de Belém nos faz cantar juntos/as a acolhida de Deus: “Sê para mim uma rocha [gruta] acolhedora e hospitaleira, sempre acessível” (Sl 71,3).

A gruta de Belém deve ser nossa inspiração para sempre procurar uma atitude de acolhida à Juventude… Simples e profundo assim, como a gruta! A gruta que acolhe, que cuida, que protege, que cobre… Mais do que tudo ser acolhedor é ser amante sem restrições, sem preconceitos e sem condicionamentos. A acolhida é atitude de Deus e, por isso, ação humana. Paulo, acolhedor, nos ensina: “Acolhei o fraco na fé sem querer discutir suas opiniões” (Rm 14,1). E assim, “acolhei-vos uns aos outros como também Cristo vos acolheu” (Rm 15,7). Esse é o pedido! Essa é a missão! Bem mais do que colocarmos condicionantes nessa atitude, devemos acolher sem medidas.

A Mística de Belém nos pede fidelidade na acolhida. O gesto de acolher traz consigo conseqüências. A acolhida é também assumir pra si a causa de quem você acolhe. Os Magos ao irem acolher Jesus tiveram que mudar a sua rota, por que ao acolherem Jesus assumiam pra si que era preciso anunciá-lo. Quando Jesus, já adulto, acolhia os/as pecadores/as Jesus assumia para si a causa desses/as. Aos acolher os/as pobres, oprimidos/as, cobradores/as de impostos, prostitutas, mulheres e os/as impuros/as Jesus assumiu até a última conseqüência, a morte de Cruz, a causa desses/as.

Como Igreja Jovem no Continente, Pastoral da Juventude, somos convidados/as e impelidos/as, se quisermos ser fieis ao projeto de Jesus, a acolher a Juventude. Esta acolhida deve ser incondicional e irrestrita mesmo que para isso tenhamos que morrer na Cruz. O caminho da Vida passa pelo caminho da Cruz. Se quisermos ser fieis ao Projeto do Reino temos que fazer o caminho da Cruz acolhendo a Juventude para que com Jesus cheguemos a Jerusalém da Ressurreição.

O desafio é iniciar/continuar nossa atitude de pastores e pastoras da acolhida. Colocamo-nos, assim, todos em movimento, a caminho, como foram os pastores até a gruta ver o Menino-Deus. No caminho, vamos acolhendo sem cessar, principalmente a Juventude mais pobre! Belém também é lugar dos pobres.

Que sigamos firmes, na fidelidade à Jesus, como discípulos/as e missionários/as guiados/as pela Estrela…

Luis Duarte – Integrante da Coordenação Nacional da PJ – Regional Centro Oeste
Maicon André Malacarne – Assessor da PJ de Erexim/RS.

Teias da Comunicação

Equipe Nacional de Comunicação da PJ "Teias da Comunicação"

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