Carta aberta à juventude brasileira
Saudações à imensa, rica e diversificada juventude brasileira. Reunidos em Goiânia/GO, em quatro etapas, realizadas em quatro finais de semana, entre os meses de agosto e novembro deste ano, nós, jovens vindos/as de vários municípios goianos e também de outros estados do centro-oeste, representando variados seguimentos populares da sociedade, como estudantes, pastorais ligadas à igreja católica, movimentos sociais, cooperativas, entre outras, nos dirigimos a vocês para compartilhar um pouco do que vimos, aprendemos e vivenciamos nesta quarta e última etapa da primeira oficina sobre juventude e economia solidária, realizada pela Casa da Juventude Pe. Burnier (CAJU).
Essa etapa, cujo tema era “Consumo e Comercialização”, foi conduzida pela facilitadora Maíra que, pela manhã, realizou uma dinâmica de grupo que nos ajudou a refletir sobre conceitos de comércio, comercialização, consumo e solidariedade. Brincamos de ensinar e aprender, à medida que colocamos para os/as colegas o que entendíamos de cada conceito e ouvimos deles/as suas próprias definições.
Após esse momento, sistematizamos de forma coletiva o que o grupo entendeu de cada conceito. No período da tarde realizamos outra dinâmica, nos organizamos em pequenos grupos de produtores/as e consumidores/as para simular experiências de consumo e as contradições existentes nesse processo. A facilitadora nos trouxe a discussão sobre experiências de cooperativas de consumo e as possibilidades de transformação que ela proporciona. O momento foi finalizado com um vídeo sobre “O que é consumo?”.
Nesse processo de aprendizagem, vivenciamos o debate de que só é possível defender a ideia de uma nova economia à medida que nossa maneira de consumir e comercializar as produções solidárias também for repensada. Reforçou-se que esse novo modo de consumo deve estar relacionado com nossas necessidades reais e não com o simples desejo (muitas vezes induzido) de comprar. Aprendemos, também, que uma atitude solidária de consumo leva em consideração não apenas o ato de comprar, mas o respeito consciente sobre o que é o produto, o processo e como ele é desenvolvido.
Como forma de confraternização, realizamos um “amigo secreto” entre os/as participantes através de trocas de presentes de produções artesanais e regionais preferencialmente ligados à economia solidária.
No período da noite, após a celebração (que esteve presente em todas as etapas) realizamos uma FEIRA DE TROCAS de produtos que os/as participantes trouxeram de suas regiões como objetos pessoais e/ou gêneros alimentícios.
Portanto, aprendemos nessa etapa que CONSUMIR NÃO É APENAS UM ATO ECONÔMICO, É TAMBÉM UM ATO ÉTICO E POLÍTICO.
Assim, convidamos a todos/as vocês a vivenciarem essa experiência e aceitarem esse desafio de construir um mundo mais humano e solidário.
Saudações Juvenis.
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