Civilização do Amor
Um marco para orientar toda a ação pastoral juvenil da América Latina foi lançado nesta quinta-feira (25) durante o XVII Encontro Latino-americano de Responsáveis Nacionais de Pastoral Juvenil em Ypacarai, Paraguai. O documento “Civilização do Amor – Projeto e Missão” é fruto de um trabalho de quatro anos de jovens, assessores, bispos e estudiosos para revitalizar a atuação pastoral tendo como centro a vida da juventude.
A proposta inicial da Seção de Juventude do Conselho Episcopal Latino-americano (Celam), em 2008, foi atualizar o documento “Civilização do Amor. Tarefa e Esperança”, de 1995. O processo de revitalização da Pastoral Juvenil Latino-Americana, iniciado em 2009, e o chamado da Conferência de Aparecida aos jovens para serem discípulos missionários deram novas indicações para atualizar as orientações pastorais.
O livro, produzido por várias mãos, foi inicialmente escrito por uma equipe de assessores, revisado por jovens delegados, relido por jovens para avaliar a linguagem, depois por representantes dos institutos que trabalham com juventude da América Latina, pelo departamento de juventude das conferênciais episcopais e, finalmente, pelos bispos do departamento Família, Vida e Juventude do Celam.
A base do documento é formada por cinco marcos (da realidade juvenil, histórico, doutrinal, operacional e celebrativo) sempre com a vida de cada jovem como centro das reflexões e dos textos.
O presidente do Departamento Família, Vida e Juventude do Celam, Dom Raúl Martín, afirmou que as orientações pastorais são uma continuidade do caminhar da pastoral juvenil em todo o subcontinente latino-americano para impulsionar as realidades juvenis. “Os jovens estão chamados a dinamizar o corpo social da Igreja. Hoje essa Civilização do Amor se traduz em uma vivência radical do discipulado missionário de Jesus Cristo.”
“Quero agradecer as três equipes que passaram na Pastoral Juvenil. Todos fizeram sua parte para caminhar esse projeto”, disse o presidente da Seção Juventude no Celam, dom Mariano Parra, que apresentou o histórico do trabalho que gerou o documento.
Fazer vida
Para a jovem panamenha Deyanira Rivera, o documento é “um presente de Deus que me convida a apropriar-me de seu conteúdo para fazê-lo vida”. Ela revisou todo o documento, junto com o jovem brasileiro Luís Duarte, para assegurar que o texto estivesse com linguagem juvenil desde o começo ao fim. “É importante que a Civilização do Amor seja assumida desde os jovens e para os jovens”, ressaltou.
O assessor da pastoral juvenil na Bolívia Álvaro Irigoyen lembrou que amor aos jovens deve orientar todo o trabalho pastoral para o documento Civilização do Amor – Projeto e Missão ser efetivo. “Se não vês o jovem com amor, por mais livros que tenhamos, não vai adiantar”, disse. Ele pediu a todos os responsáveis nacionais por pastoral juvenil a não esquecerem da história de trabalho ao aplicar o documento a cada realidade.
Leitura crítica
A pesquisadora de juventude Carmem Lúcia Teixeira afirmou que é essencial ter uma leitura crítica do documento para bem aproveitá-lo. “Como é um livro construído por muitas mãos ele vai ter muitas contradições e isso é bom. Convido a todos para fazer sempre uma leitura crítica, que é a capacidade de ler e colocar na leitura o nosso ponto de vista”, explicou.
Ela, que é coordenadora do núcleo de formação da Casa da Juventude em Goiânia (Brasil), fez parte da equipe de assessores de juventude, convidados pelo Celam, que coordenou a elaboração do documento.
“Para abrir o livro devemos ter como centro a vida da juventude. Assim como Jesus, que a cada encontro chama a pessoa para o centro”, ressaltou Carmem Teixeira. Ela lembrou que cada marco do livro foi produzido com essa perspectiva. Segundo a pesquisadora, a pastoral juvenil que não assume a Civilização do Amor no dia a dia, pode queimar todos os livros. “Tem de fazer a diferença, tem de ser a boa notícia”.