CNBB e entidades propõem ações para a reforma política
Unir esforços para uma possível reforma política tem sido a meta proposta pela Comissão da Reforma Política da CNBB. Uma reunião realizada na sede da Conferência, na quarta-feira (14), contou com a participação de representantes de treze entidades, entre elas: OAB, Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), Plataforma dos Movimentos Sociais pela reforma do sistema político, Frente Parlamentar pela Reforma Política com participação Popular, CUT, Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), MST, CONTAG, Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC), Instituto Ethos, UNE, Magistrados, Cáritas e Comissão Brasileira Justiça e Paz (CBJP).
O secretário geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, acolheu as entidades e destacou a importância desta união. “Sentimos a necessidade de nos encontramos e buscamos um caminho comum para uma reforma política. Essa reforma não virá do Congresso. Mas se a sociedade organizada se manifestar e buscar conjuntamente uma preposição de reforma política, com certeza o Governo será sensível”. O secretário lembrou que a CNBB vem trabalhando há muito tempo a questão da reforma em diálogo com outras entidades e convocou a todos: “Que possamos juntos buscar o bem do nosso querido Brasil”.
O presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura e a Educação da CNBB, dom Joaquim Mol, disse que a Conferência acredita na possibilidade de construir uma unidade com os elementos convergentes entre as entidades. De acordo com o bispo, não bastam apenas debates, mas esforço conjunto pela reforma política. “Considerando a reforma mais uma vez necessária e urgente, queremos acreditar que haja uma possibilidade maior de acontecer neste momento em que estamos vivendo. Precisamos apresentar nossas propostas ao Governo e exigir que elas sejam contempladas. Há muitos brasileiros sedentos desta reforma política”, apontou dom Joaquim.
O bispo relembrou as reações da juventude e diversos segmentos da sociedade contra o processo de corrupção no Brasil. Para dom Mol, a inclusão social é um dos caminhos para melhorar o exercício da cidadania e a participação dos cidadãos na cobrança ao Governo. “Precisamos considerar que diante do cenário não podemos ficar quietos e parados ou trabalhando isoladamente. O esforço de cada entidade aqui representada é uma iniciativa de unir ideias, inteligência, as forças e projetos para fazer avançar as transformações no país”, reforçou.
Durante a reunião, cada entidade colaborou com ideias e sugestões. Após os debates foram traçados cinco pontos de ação a partir do consenso geral, são eles: (1) afastamento do poder econômico nas eleições; (2) necessidade de reformular no sistema político, (3) regulamentação do artigo 14 da Constituição sobre a participação popular; (4) melhorar a representação da sociedade no campo político: indígena, mulheres etc; (5) fidelidade partidária e sistema partidário. Para concretizar esses pontos estratégicos pela reforma, os participantes escolheram uma coordenação, formando um grupo das entidades: CNBB, CONIC, CUT, Plataforma dos Movimentos Sociais pela reforma do sistema político e MCCE.
De acordo com o secretário executivo do Centro Nacional de Fé e Política da CNBB (Cefep), padre José Ernanne Pinheiro, a reunião teve bom êxito a partir da proposta inicial pela busca da unidade. “Todas as entidades demonstram que querem trabalhar em conjunto. A coordenação escolhida vai tentar a partir do respeito da autonomia das entidades, buscar estabelecer um compromisso comum pela reforma política”, destacou o padre.