Cruz e Ícone no centro do poder político
O Palácio do Planalto recebeu hoje uma visita histórica: os símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), o Ícone de Nossa Senhora e a Cruz, estiveram presentes em cerimônia na tarde desse sábado. O encontro reuniu o arcebispo de Brasília, Dom Sérgio da Rocha e a mando da presidente do Brasil, Dilma Rousseff, o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho. Mais de 100 pessoas estiveram presentes.
Os símbolos da JMJ entraram pela rampa principal do Palácio carregados por jovens do movimento de Emaús e crianças e jovens da Pastoral Juvenil Marista. Os dragões da independência, que fazem a segurança do Planalto, ficaram como guarda-costas e fizeram um corredor para a passagem.
A cerimônia começou com o agradecimento do ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho. Em nome da presidente Dilma Rousseff, ele diz que a fé representa o povo brasileiro. "O Brasil nasceu sobre a égide da cruz e embora sejamos um governo laico, reconhecemos a fé e esses ícones como um momento de reforço à nossa luta, como um convite para continuar nosso ideal de fazer uma nação fraterna e justa”, afirmou.
Em seguida, o arcebispo de Brasília, dom Sérgio da Rocha, refletiu sobre a presença da Cruz da JMJ e do Ícone no centro das decisões do País com a passagem evangélica do Dai a César o que é de César. “Compete aos fiéis participarem na vida política de modo coerente com os ensinamentos da Igreja. A política é um âmbito importante da prática da caridade. Ela nos chama a um forte compromisso com a cidadania, pela construção de uma vida reta. Há necessidade de políticos cristãos, mas antes, precisamos de fiéis que deem um verdadeiro testemunho de Cristo na comunidade civil e política”, destacou Dom Sérgio.
O arcebispo enfatizou que a maior missão dos fiéis é construir a Palavra na vida social de cada um, sem esquecer que a graça de Deus é necessária para alcançar essa meta. Ao remeter-se ao Evangelho, ele disse: “Dai a César o que é de César e dai a Deus o que é de Deus. Devemos dar ao Senhor a importância que lhe cabe, para depois exercer bem nossas atividades, nossa missão”.
Alessandra Veiga, casada há 21 anos e com dois filhos, pediu a sua família que lhe acompanhasse no Bote Fé de Brasília, mas ao final, esteve sozinha. “Eu escutei sobre o evento há 15 dias, e senti que eu tinha de vir ao encontro de Cristo. Vim sem saber nada e, de repente, a cruz estava ao meu lado. Senti um convite de Cristo, que ao me trazer até o Palácio, renovou minhas forças e minha fé. Ele me consolou”, disse emocionada.
Para ela, é difícil falar de política. “Fiquei feliz de terem sido aberto essa casa tão importante para o Brasil. Esperava a presidente, como cidadã, mas o principal era a cruz, Nossa Senhora e o nosso bispo. A partir do momento que eles estiveram aqui nessa casa, espero que eles mudem a política do nosso país”.
Esperança
O secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, afirmou que a chegada da cruz da JMJ tem a simbologia do povo brasileiro que espera e sofre com a os problemas de desigualdade social.
“A presidenta determinou que abríssemos o Planalto a esses símbolos, pois a Igreja estimula nosso sonho, que é o direito e igualdade a todos os brasileiros. É um desafio para não esquecermos da perspectiva fundamental, que é lutar contra a fome e os valores do nosso povo. Que essa benção derrame sobre nosso governo e nosso País a força necessária para que essa meta seja alcançada por nós”, ressaltou.
Além disso, Carvalho falou em nome da presidente sobre a expectativa de receber, no ano que vem, a Jornada Mundial da Juventude e o Papa Bento XVI. “A chegada do Papa e da Jornada, que trará 3 milhões de jovens, recolocará o Brasil no centro da humanidade. E será toda uma semana de reflexão e renovação social, em que todos relembrarão seu ideal, que é superar essa miséria que temos, as drogas e a violência, para que nossa nação seja cada vez mais solidária e alegre”, reiterou.
Por Amandda Souza, da Equipe Jovens Conectados