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DNJ 2011

TEMA: “JUVENTUDE E PROTAGONISMO FEMININO”

LEMA: “JOVENS MULHERES TECENDO RELAÇÃO DE VIDA”.

 

 

            A juventude organizada tem um olhar perspicaz sobre a realidade, e sabe apontar para os caminhos de esperança que nos são dados de presente, dentro de um contexto de marcha teimosa e vigorosa, no universo poético e profético tecido pela Igreja, a partir das mãos do coração das jovens mulheres de nosso tempo. Ao trazer o protagonismo feminino no horizonte da juventude em seu todo, sentimos um canto novo no ar. É a ternura em doação, a beleza em curso, a constância do sorriso nas poeirentas estradas de nossas romarias e a sintonia das bandeiras, bordadas com as cores do coração e com as tintas da emoção bailando e tremulando nas avenidas, praças, Redes Sociais, Campus Universitário, meio Rural, espaços públicos e políticos, periferias, centros urbanos e templos religiosos. O protagonismo feminino, a partir da juventude, se tornou mais arrojado, propositivo e determinado, sem perder a ternura, o carinho, a beleza e a feminilidade própria da mulher. Não se trata de simples tomada de decisão, mas fortaleza diante dos propósitos escritos nas páginas da própria alma. Seu coração fala com liberdade, suas palavras arrancam aplausos com paixão e sua coerência vivencial lhe faz tomar partido diante das diferenças ideológicas que o mundo impõe. A mulher é líder. Até mesmo quando a mulher está “invisível”, não passa despercebida. Sua presença é notada na sutileza de seus gestos, na delicadeza das palavras e no olhar responsável, por isso é valorizada. A beleza continua sendo importante, pois toda mulher, pelo fato de ser mulher, traz consigo uma beleza irrenunciável, única, digna de nota e verdadeiramente encantadora. É na canção silenciosa composta por seu coração que nós aprendemos a escutar o som do universo que os sonhos ousam declamar.

            Ao mergulhar no universo feminino encontramos a força de seu coração envolta pelo bálsamo da Água Viva (Jesus Cristo) revelar a Fonte do amor (Espírito Santo) que fala a partir do coração do próprio Deus (Pai). A vida é associada com a mulher, sempre pronta para ser mãe. Por causa da comunhão entre um homem e uma mulher, é fundamental a presença do homem na vida da mulher, mas apenas quando o amor está em destaque. Isso não significa que o homem pode dar-se o direito de empoderar-se das questões familiares pelo simples fato de haver uma aparente fragilidade no ser feminino. A mulher é verdadeiramente uma guerreira, sem perder a candura de sua feminilidade ou a firmeza de suas convicções. Mais do que nunca, a mulher soube conquistar seu espaço e garantir a sua presença nesse lugar que lhe foi proposto a partir de seu suor, que não vai mais ser “roubado” pela incompreensão machista de alguns ranços culturais arcaicos. O protagonismo da mulher passa pelo diálogo e evidencia-se na escuta, transcende com a ternura, debruça-se sobre o estudo, surpreende na dedicação, apresenta-se com o trabalho e agiganta-se no compromisso com o outro. O princípio da alteridade (preocupação com o outro, em especial os menos favorecidos) está desenhado em seu coração como uma realidade natural e normal. O protagonismo, mais do que nunca, está na capacidade de manifestar o pensamento de forma cuidadosa e inteligente, sem deixar de fora os princípios éticos. Sabemos que a mulher não é um ser superior e nem mais importante do que o homem, mas alguém que revela capacidade de inclusão a partir de sua própria presença feminina. A mulher ocupa seu espaço na condição de mulher e não se incomoda com a presença de outras pessoas. Não se trata de tirar os homens de seus postos para que as mulheres entrem, mas de mostrar o quanto há espaço para todos em lugares onde elas tinham pouco ou nenhum acesso. A mulher traz consigo o potencial da maternidade. A lógica do coração de mãe no contexto da família é o amor. Vivemos momentos importantes no cenário da Igreja. As mulheres estão nas pastorais, na Liturgia, na obras sociais, nas escolas, nas faculdades e, não poucas vezes, são forçadas a tomarem posições radicais no contexto familiar por não se sentirem amadas. Noutros tempos a mulher vivia no contexto familiar e “agüentava” as situações de sofrimento em silêncio. Não obstante essas situações, nós defendemos a família sempre e incentivamos o princípio misericórdia.

            Em nossos dias a mulher tem voz e vez. Num contexto de injustiça a mulher é capaz de tomar decisões e partir em busca de novos caminhos quando o ambiente não é mais favorável. Há quebras de paradigmas em muitas situações. É verdade que muitas mulheres também se precipitam em algumas decisões e depois sofrem com as consequências. Nesse sentido há muita pressão e cobrança sobre o protagonismo que lhes é exigido. Lembremos que o protagonismo da mulher não rompe com tudo e com todos e nem quer ocupar o lugar dos homens, mas busca ocupar o próprio espaço a partir de seu ser feminino que traz elementos fundamentais, capazes de agregar valores em ambientes com interatividade, que valorizam as diferenças raciais, culturais, religiosas, sociais, políticas e econômicas. A mulher é aquela que sabe tecer, construir e despertar o novo a partir da sua paciência histórica e sonhadora. O fio se submete às agulhas e essas, por sua vez, se deixam conduzir pelas mãos habilidosas da artista em suas atentas conexões. No tecido da realidade o desenho de seus sonhos vai sendo moldado com a emoção do coração. Ao som da música que se faz mantra, a mulher conduz com habilidade o fio do amor na dança das agulhas. Seu olhar não perde o tecido e seu coração tem um sexto sentido. Seu corpo vive os sentimentos, acolhe os riscos que a realidade impõe e corre ao encontro de quem lhe suplica um abraço de amor. Quem pede esse abraço de amor é a juventude sedenta de afeto, que quer confirmação em cenários de indiferença, fragilidade e omissão que a sociedade impôs. A mulher é vista por primeiro porque está em nossa vida por primeiro. Foi assim desde a concepção. Com a juventude não é diferente. Com o protagonismo das mulheres, nos damos conta das atitudes arrogantes e excludentes dos homens. Quanto mais dialogarem com as mulheres, mais os homens serão compreendidos e mais irão respeitar as conquistas e os espaços que elas carregam em seus corações. Sabemos que as mulheres não querem ficar sozinhas, sem uma atenção especial ou longe das realidades que geram vida. Os homens querem garantir seu espaço, mas não às custas da eliminação das mulheres dos lugares que conquistaram, mas a partir do exemplo, da dedicação, determinação e superação que elas revelaram com suas lutas.

            Tecer relações é ter a capacidade de olhar o diferente como uma presença que soma e encanta e não apenas como uma presença que ameaça. A mulher tornou a vida mais bela e o mundo mais esperançoso com seu protagonismo. Avancemos ainda mais. Agora é o tempo da evangelização. Maria, mãe de Jesus, é a protagonista por excelência, pois nos ensina a estar sempre ao lado de Jesus. Maria, a Mãe de Deus, ajuda seu próprio Filho a ser protagonista no primeiro Sinal das Bodas de Caná: “Fazei tudo o que Ele vos disser” Jo 2, 5. Que o Dia Nacional da Juventude seja um momento único de reflexão e de partilhar do universo feminino que está gerando vida nova a partir do seu incansável protagonismo.  

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