Evangelização da Juventude é discutida no regional SUL3
O Regional Sul 3 (Rio Grande do Sul) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) está realizando desde o dia 1º, a 9ª Assembleia da Ação Evangelizadora da Igreja do Rio Grande do Sul. O evento será realizado na Casa de Retiros Vila Betânia, em Porto Alegre e estende-se até o meio-dia do dia 03.
Com o intuito de promover o estudo e o acompanhamento das prioridades regionais e as urgências nacionais da Igreja, foram escolhidos como tema centrais a Evangelização da Juventude e o Cuidado com a Vida, duas das quatro prioridades regionais. Para contribuir o orientar o debate e a reflexão, marcam presença no encontro Dom Eduardo Pinheiro da Silva, Dom Jacinto Bergmann e Dr Fernando Luchese.
Na primeira manhã, o bispo auxiliar de Campo Grande (MS) e referencial da Comissão Pastoral para a Juventude da CNBB, dom Eduardo Pinheiro da Silva, fez uma abordagem sobre o tema Evangelização da Juventude, a partir do documento 85, do Documento de Aparecida e das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja do Brasil. De acordo com dom Eduardo, os documentos parecem trazer sempre algo novo para a caminhada com a juventude e destaca que o trabalho da ICAR com os jovens está baseado em três eixos: a pessoa de Jesus Cristo; a vida comunitária e a sociedade (cf. Dcto 85,52).
Além disso, o bispo apresentou os desafios que surgem a partir destes mesmos documentos e pontuou elementos que caracterizam o universo da juventude, e enfatizou as dificuldades e limites encontrados durante o processo de evangelização da juventude. Entre eles, sublinhou a intensa busca pelo imediatismo e a dificuldade em fazer boas escolhas, bem como assumir compromissos duradouros.
“Hoje, o jovem busca de imediato o que o satisfaz e isso passa a ser critério para as escolhas de sua vida. Precisamos ajudar o jovem a perceber que é preciso haver positividade nas escolhas juvenis que perpassam a idadde atual, pois estas darão seguimento durante a vida inteira. As grandes decisões da vida do ser humano acontecem nessa fase, por isso não podemos deixar escapar nenhum jovem que se achega nas comunidades, é um compromisso que a Igreja tem em assumir essa presença”, declara.
Dom Eduardo falou também que, por vezes, o jovem tem dificuldade de escutar a voz de Cristo em meio a tantas outras vozes e isso se reflete enquanto desafio catequético e evangelizador, pois tem como missão colocar Cristo como centro das ações para que haja o engajamento comunitário. “É preciso que os jovens sintam o gosto do envolvimento com Jesus Cristo antes de terminar o ciclo que envolve a preparação para os sacramentos”, enfatiza dom Eduardo em relação a pouco adesão dos jovens após a Crisma.
No âmbito da sociedade, o assessor apresentou uma pesquisa realizada pelo Data Folha em 2008, que evidencia um crescimento na participação dos jovens em ONGs e outras organizações sociais, bem como um considerável acento na utilização das tecnologias e meios de comunicação, sobretudo nas redes sociais. Sobre essa questão, dom Eduardo partilhou a experiência do Encontro de Jovens Comunicadores promovido pela CNBB, por meio da Comissão Episcopal para a Comunicação, da Comissão Episcopal para a Juventude e dos Jovens Conectados, entre os dias 18 e 20 de maio, em Brasília, que reuniu 250 jovens. Dom Eduardo declarou que na homilia da missa de encerramento do encontro, falou aos jovens sobre o evento que são as redes sociais. “Você entra nas redes sociais e elas entram na sua vida e não saem mais. Elas não são mais um instrumento de comunicação, elas estão em outro nível, elas mudam a vida prática, os conceitos, os relacionamentos, os pensamentos, os princípios. Não são instrumentos, são ambientes… e o jovem precisar ser compreendido nesse novo ambiente, pois se não o acolhermos por opção o faremos por necessidade”, destacou.
Ainda lembrando a pesquisa Data Folha, dom Eduardo fez menção sobre a importância de conhecer a realidade juvenil nas mais diversas manifestações de juventude. “Não tenham medo de investir tempo inicial conhecendo a realidade juvenil, porque então o trabalho de evangelização será mais eficiente”.
Por fim, ele utilizou o exemplo de Jesus Cristo para defender como devemos proceder com com o jovem, declarando que é fundamental agir como Jesus agiu com os discípulos de Emaús, ou seja, pedagogicamente sentir a necessidade de escutar e enfatiza o que diz o documento 85, “conhecer o jovem é condição para evangelizá-lo. Não se pode amar nem evangelizar a quem não se conhece”. (cf. Dcto 85,10).
Já na parte da tarde, o foco da reflexão foi o Setor Diocesano de Juventude, o Itinerário da Cruz, a Semana Missionária e a Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Para esse assunto, dom Eduardo permaneceu contribuindo, e somou-se a ele a Ir. Zenilde Fontes, coordenadora do Setor de Evangelização da Juventude da CNBB Sul 3, que destacou os encaminhamentos práticos que estão sendo realizados em preparação a JMJ 2013.
Durante o segundo dia, a assembleia teve como assunto em destaque, os discípulos e servidores da Palavra de Deus na Missão da Igreja e Cuidado com a Vida. Para o último dia, a programação será formada por momentos de apresentação do calendário regional de atividades para 2013, comunicação dos bispos referenciais e mostra itinerante de arte sacra, entre outros.