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Francisco, um símbolo da paz, por Cleymenne Cerqueira

Escolha de nome pelo novo Papa reflete opção pela vida, pela relação direta com o povo de Deus

A escolha do sucessor de Bento XVI na tarde desta quarta-feira (13) é sinal de esperança e alimento para a fé e ação dos católicos, em especial dos latinoamericanos. Pela primeira vez na história da Igreja Católica, um Papa vem da América Latina. Pela primeira vez ele escolhe ser chamado de Francisco. O eleito, em meio a muita expectativa e também especulações, é o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio.

Em nota, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), diz que o Pontífice é nascido no Continente da Esperança e que traz para o Ministério Petrino a experiência evangelizadora da Igreja latino-americana e caribenha.  “Estamos feliz, satisfeitos com a escolha de um Papa latinoamericano, o que vem mostrar que a Igreja se abre e está voltada para este continente. Ele reflete nossa forma de evangelização, numa aproximação com o povo de Deus. Cremos na mensagem do Evangelho, no Reino de Deus, na transformação do mundo”, afirmou em coletiva à imprensa, dom Leonardo Ulrich Steiner, Secretário Geral da CNBB.

Para Pedro Gontijo, secretário-executivo da Comissão Brasileira de Justiça e Paz, a escolha de um Papa latinoamericano foi uma boa surpresa quando toda a mídia apontava para outros nomes. De acordo com ele, isso é um sinal de que a lógica da Igreja não segue a lógica das disputas políticas, muitas vezes, encabeçada pela própria mídia. “Aqui tem uma lógica e o horizonte da fé, de serviço, que muitas vezes é estranha para uma sociedade como a nossa”, declarou.

A escolha do nome Francisco diz muito. Fala da relação de um homem simples, que em sua rotina diária anda de bicicleta pelas ruas de Buenos Aires, faz sua própria comida e, em sintonia com sua comunidade, utiliza o transporte público e demais serviços da capital argentina. Seu conhecimento e simplicidade revelam que o Papa Francisco I será um grande pastor. Ele tem empatia com o povo.

O nome escolhido ainda pode remeter a história de muitos Franciscos, entre os quais São Francisco Sales, São Francisco de Pádua e, de forma especial, São Francisco de Assis, que fazendo opção pelos pobres refletiu em sua época um período de renovação da Igreja. São Francisco viveu entre os mais pobres dos pobres e transformou a relação dos homens com a natureza, ao amar todas as criaturas chamando-as de irmãos. Francisco é, pois um símbolo do Bem Viver com a natureza.
“Ao novo Papa não faltará a assistência e a força do Espírito Santo para cumprir esta missão e aprofundar na Igreja o dom do diálogo, em uma sociedade marcada pela pluralidade e pela diversidade, e o compromisso com a vida de todos, a partir dos mais pobres, como nos ensina Jesus Cristo”, afirma CNBB em sua saudação ao novo Papa.

Esse nome Francisco é especialmente significativo numa época em que a humanidade vive uma crise em sua relação com a natureza. Quando tantos fenômenos ambientais atingem as populações e as discussões a cerca do meio ambiente se tornam urgentes.

Pedro Gontijo ainda relaciona a escolha ao Rio São Francisco, espaço de vida e comunhão de tantas gentes. “Desejamos que assim como nós temos o Rio São Francisco, que integra, que traz vida e alimenta tantas histórias, que o nosso Papa Francisco tenha um papel primordial junto ao povo de Deus e que alimente a vida da Igreja por onde passar”, disse.

Teias da Comunicação

Equipe Nacional de Comunicação da PJ "Teias da Comunicação"

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