Informalidade predomina entre jovens
Um estudo apresentado pela Organização Internacional do Trabalho, no dia 30 de outubro, analisou a relação juventude e trabalho digno e as vinculações entre trabalho infantil e emprego juvenil na América Central, no Panamá e na República Dominicana. O estudo revela que dos quase dez milhões de jovens com idade entre 15 e 24 anos que vivem nessas regiões, pouco mais da metade é economicamente ativa, 4,5 milhões estão ocupados e mais de 600 mil estão desempregados.
Segundo o relatório, os jovens representam a quarta parte da força laboral da sub-região e 45% da população total desempregada. As taxas de desemprego se situam entre dois a quatro vezes mais elevadas que as dos adultos, sendo especialmente significativas na Costa Rica, Panamá e República Dominicana. A incidência do desemprego é maior nas mulheres jovens, chegando a quase o dobro da taxa encontrada nos homens jovens. As taxas também são elevadas na juventude de lares mais pobres.
A informalidade predomina entre os jovens: dois em cada três deles estão nesse setor. Sete em cada dez trabalham sem proteção à saúde ou pensões. Além disso, 2,3 milhões de jovens não trabalham nem estudam, sendo que na zona rural esse número é maior. O informe conclui que o crescimento econômico tem baixa intensidade no emprego juvenil; no entanto, as atividades consideradas mais modernas do setor de serviços se mostram mais propensas a contar com jovens.
O documento aponta ainda que o entorno institucional mostra escassas e pouco articuladas políticas de emprego juvenil, com baixa participação dos atores sociais e limitada representatividade da juventude. De acordo com o relatório, a extensão da experiência dos programas de transferências monetárias condicionadas à permanência dos jovens adolescentes na escola junto a uma adequada oferta educativa para esta população é uma medida que deveria ser avaliada.
Sobre o trabalho infantil, o informe afirma que segue sendo um desafio de grandes magnitudes na sub-região. As evidências são conta de que crianças e adolescentes que participam de atividades econômica abandonam a escola mais cedo que seus pares ou apresentam o menor aproveitamento acadêmico, o que resulta em uma inadequada inserção no mercado de trabalho, limitando suas possibilidades de progresso.
Entre as recomendações fornecidas pelo documento, estão: melhorar o vínculo com o mundo produtivo e maior integração do mundo produtivo; promover a responsabilidade social empresarial; desenvolver o "espírito empreendedor" e a formação e o desenvolvimento de empresários jovens; ampliar a cobertura e a qualidade da proteção social para a juventude; criar oportunidades de trabalho digno a grupos focalizados; promover o desenvolvimento institucional.