JOVENS INDÍGENAS REALIZAM I CONGRESSO VOCACIONAL

Jovens das etnias Macuxi e Wapixana da Área Missionária Comboniana São Marcos e Murupú realizaram o I Congresso Vocacional Indígena, com o tema “Bem-Viver, Aquecimento Global e seus Impactos em Terras Indígenas”. O encontro aconteceu no Pato, deu início na quinta-feira (31 de março) e terminou no domingo (03 de abril) e contou com a participação de 170 pessoas de 10 comunidades indígenas do Baixo e Médio São Marcos.

Foram três dias de reflexão sobre a vocação primeira de todo ser humano: vocação à vida. Os jovens tiveram tempo suficiente para o estudo da Campanha da Fraternidade deste ano: Fraternidade e Vida no Planeta – “A Criação Geme em Dores de Parto” – (Rm 8,22). Lembrou-se que o planeta terra é nossa casa e que nós todos fazemos parte dele.

Vários vídeos sobre o “Bem-Viver” e o aquecimento global foram apresentados com o objetivo de criar consciência nos jovens sobre a importância da preservação das riquezas culturais e naturais presentes em terras indígenas. O “Bem-Viver”, que faz parte das culturas indígenas, é um modo de vida que se contrapõe ao capitalismo e a todo tipo de destruição da natureza, conservando as tradições e os bons costumes. Nessa forma de vida todos são iguais e todos têm os mesmos direitos e deveres.

O congresso foi bem animado pelos jovens, através de apresentações culturais e artísticas. Eles apresentaram músicas, poesias e teatro inspirados no tema. Foi uma verdadeira manifestação dos dons que Deus lhes deu, pois foram eles mesmos os autores das 20 músicas e das 20 poesias apresentadas. Descobrimos grandes qualidades artísticas nesses jovens de fé e esperança. Eles desejam realmente um mundo melhor, um mundo que cuide da “Mãe-Natureza”.

Compromissos foram assumidos pelos jovens. Eles voltaram para as comunidades de onde vieram para concretizar os conteúdos do congresso. Vários encontros de formação e conscientização sobre o tema serão realizados nas comunidades ao longo deste ano 2011, fruto deste encontro. Eles estão dispostos a: cuidar dos igarapés e das pequenas ilhas de floresta existentes no lavrado, evitando ao máximo a poluição e recolhendo o lixo jogado neles.

O congresso foi possível porque eles contaram com a ajuda do SAV (Serviço de Animação Vocacional da Diocese de Roraima), da RECID (Rede de Educação Cidadã), dos missionários combonianos, catequistas, tuxauas, professores, pais e mães de família da região. Nossos jovens não podem caminhar sozinhos, devem contar com o apoio incondicional de toda a sociedade.