PJ LANÇA CARTAZ DO XII ENCONTRO NACIONAL
Mais um passo é dado rumo ao 12º Encontro Nacional da PJ que acontece em Rio Branco, Acre, em janeiro de 2018. Após dois meses de processo de criação e escolha do cartaz oficial da PJ, com a participação de cinco propostas feitas por jovens artistas do Regional Noroeste, enfim a obra que dá rosto ao Encontro é apresentada para todo Brasil.
O responsável pelo desenho é o jovem artista plástico Gabriel Rodrigues, 22 anos, da Paróquia São Sebastião, pertencente a Diocese de Rio Branco. Participante de grupo de base, Gabriel abordou alguns elementos da cultura local para contemplar a diversidade de significados presentes no tema e na iluminação do Encontro, somados a história do Acre e de seus vizinhos.
A índia, figura central do desenho, representa o protagonismo feminino na Pastoral da Juventude, teologicamente reforçado pela iluminação bíblica do ENPJ, retirada do diálogo entre Jesus e a samaritana (João 4). “Isso cita uma questão política que seria a forma como nós, homens brancos, tratamos os indígenas, que é a mesma forma que os judeus tratavam os samaritanos, e essa é a questão levantada através da iluminação bíblica, o questionamento sobre o reconhecimento do outro. A índia do cartaz traz a proposta do bem viver, de estabelecer essa conexão entre nós e os nossos compatriotas indígenas”, explica Gabriel.
Segundo o Coordenador Nacional da PJ pelo Regional Noroeste, Deivisson Souza, o lançamento do cartaz representa um passo importante na preparação do ENPJ. Ele ressaltou que a arte ajudará os pejoteiros e pejoteiras do Brasil a rezar a Mística da atividade e a se inteirar dos passos metodológicos. “Dos diversos detalhes do Cartaz do 12°ENPJ destaco o significado histórico e cultural, o qual deixará um legado e irá marcar as vivências durante o Encontro no chão sagrado de Rio Branco”, completou.
Simbologia do cartaz
Outras características também foram retratadas pelo artista. Acima do rosto da mulher o desenho do mapa hidrográfico (dos rios) que compõem a bacia sul-ocidental da Amazônia e que representa a proposta de evangelização juvenil, sem fronteiras políticas. Ao centro do mapa o símbolo da Pastoral da Juventude, ícone que na arte pontua a cidade de Assis Brasil, munícipio que faz fronteira com a Bolívia e o Peru. Além do grafismo indígena da tribo Huni Kuin – onde nasceu a palavra Txai – presentes na obra, os povos andinos também são representados através da pintura de geoglifos no braço esquerdo da mulher; e os nordestinos – fortes imigrantes no período de ocupação do Acre – através da lamparina e do corte de seringa. A bandeira do Império do Acre (1899) na lamparina retrata o processo de unificação dos povos que residiam e lutaram pela terra. O largo pescoço da mulher é a árvore da vida, a Seringueira, e do seu ceio sai o látex, leite utilizado para produção da borracha. Por fim, a Jibóia branca, (Yube Nawa Aĩbu), que de acordo com o povo Huni Kuin foi quem ensinou os mistérios da ayahuasca, e assim representa a dimensão espiritual da índia e todas as fusões interculturais entre os povos andinos, indígenas e afro-brasileiros.