Povos Originários – Conhecer para defender
“Na nova terra os povos todos irmanados, com sua
cultura e direitos respeitados, farão da vida um bonito amanhecer,
com igualdade no direito de viver…”
Entre os dias 13 a 18 de fevereiro de 2015, a Região Episcopal Nossa Senhora dos Prazeres em Caucaia-CE, que compõe a arquidiocese de Fortaleza, realizou o III Curso de dinamização Grupal (CDG) com foco no Projeto Nacional da Pastoral da Juventude, Ajuri.
Iluminad@s pelo tema “Nossas Vidas, nossos Sonhos têm o mesmo valor”, 50 jovens dos grupos da região puderam partilhar e conhecer melhor as histórias e lutas dos povos originários Pitaguary, Tremembé, Anaces e Tapebas. O grupo ainda contou com a presença e apoio da Consulta Popular de Caucaia, do Levante Popular da Juventude, da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e da Igreja Anglicana.
“Foi uma experiência rica ter conhecido mais a fundo os povos originários de Caucaia. Realidades e lutas desconhecidas e ao mesmo tempo tão próximas que muito se assemelham as nossas. Não só as lutas, mais a espiritualidade, a vida em comunidade”, recorda Emanuelle Cordeiro.
O Ajuri, que trabalha as realidades indígenas, quilombolas , ribeirinha e rural, está baseado em duas metodologias: uma de cunho sociocultural e outra de cunho socioambiental. No CDG a região optou por trabalhar com os povos locais, para melhor conhecê-los e assim juntas e juntos criar laços autênticos de partilha, ajuda e compromisso, pois “viver sem conhecer o passado é viver no escuro”, como bem lembrou uma das lideranças Tabepas.
“O estudo sobre povos originários encantou a todos nós participantes e ajudou a desconstruir paradigmas enraizados em nossas vidas. Para acontecer tudo isso, fomos de copos vazios para que pudéssemos enche-los de histórias, aprendizados, vivência e ousadia para lutar junto a esses povos! ‘Se querem se desculpar, entre na luta conosco!’”, lembra Matheus Montenegro.
O Curso teve o Intuito de ser um instrumento de formação para novas lideranças da Região Episcopal, fortalecendo lideranças já existentes, além de contribuir para a articulação dos grupos de base. “Em alguns momentos me deixei levar pela emoção ao ouvir Dona Lúcia, índia guerreira e líder da comunidade Capoeira dos Tapebas, falar que apesar das dores e injustiças vivenciadas eles jamais desistiram, que se sentia muito feliz em ter sido convidada a estar no nosso meio e que via um grande apoio em nós”, completa Emanuelle.