Seminário reflete a cultura afrobrasileira
Refletir a caminhada da Pastoral Afrobrasileira nos primeiros 10 anos do século XXI. Este é o objetivo central do 2º Seminário de Teologia da Pastoral Afrobrasileira, que tem como tema “A Teologia que ilumina a Pastoral Afrobrasileira” e acontece no Centro Cultural de Brasília (CCB), entre os dias 13 e 15 de outubro. Participam do encontro 40 pessoas, entre bispos, padres, religiosos e leigos.
Segundo o assessor da Pastoral Afrobrasileira da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), padre Ari Antônio dos Reis, o encontro reflete também “a liturgia que sustenta a pastoral e avalia o caminho trilhado em 22 anos de Pastoral Afro no Brasil. “Durante o encontro nós avaliamos se a Pastoral, nesses 22 anos de caminhada é propositiva, se ela enriquece a Igreja e acolhe as diferenças e, se como pastoral, está sustentada teologicamente”, disse.
O bispo emérito da Paraíba, dom José Maria Pires, vê no encontro, a oportunidade de refletir sobre a caminhada da cultura afrobrasileira no Brasil. “É uma forma de pensar a cultura negra em vários aspectos e seu desenvolvimento no país até os dias atuais”.
Dom José destaca também que a reunião é um momento para os negros expressarem os elementos próprios de sua cultura. “Os negros devem conduzir sua ação que é totalmente diferenciada da dos brancos. Com esse encontro, nós estudamos as particularidades da cultura negra, tão importantes para nosso país”, acentuou o bispo.
A liturgia e a teologia são dois pontos centrais aprofundados na reunião. O bispo de Brejo, no Maranhão, dom José Valdeci Santos, sublinha que o encontro é um testemunho da vida da população negra no Brasil.
“É um aprofundamento na cultura afro; no encontro refletimos sobre os mais diversos temas que nos aproximam da vida dos negros. É aquele tipo de encontro que acaba sendo um testemunho de uma cultura tão rica como é a do afrodescendente brasileiro”.
O membro do Grupo de Reflexão Teológica da Pastoral Afrobrasileira da CNBB, padre Jurandir Azevedo Araújo, diz que o ponto mais importante do encontro é a união de várias pessoas em torno de um mesmo objetivo.
“O mais importante é estarmos juntos: bispos, padres, religiosos, leigos, organismos em torno da Pastoral Afro”, frisou. Padre Jurandir também afirma que o encontro acentua o Documento de Santo Domingo (1992), que dá lugar teologicamente às práticas culturais na Igreja. “Santo Domingo deixa claro que as práticas culturais têm lugar na Igreja. Há uma proximidade que significa que Deus quer nos libertar de todas as opressões”, afirmou o sacerdote.