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A paz esteja convosco!

 A paz esteja convosco!

Por Pedro Caixeta

Neste domingo a Igreja celebra Pentecostes. Que festa bonita! Que festa forte! Encerramos o ciclo da Páscoa. Estamos há 50 dias celebrando a ressurreição de Jesus. Durante este tempo todo, por várias vezes escutamos Jesus Ressuscitado dizer, em nossas liturgias: “A paz esteja convosco!”. Eis o quero te convidar a dizer, a rezar e a experienciar neste domingo festivo: “A paz esteja convosco!”.

Estamos nós, hoje, envoltos/as em um tempo difícil: imersos/as numa pandemia, governados/as sob uma necropolítica[i], sentindo cada vez mais o desmonte das políticas públicas, com o desemprego subindo, os preços também, e a fome voltando a ser uma realidade cada vez mais próxima de nós. São mais de 445 mil mortes somente por Covid-19 no País, tendo uma taxa de letalidade de 2,8%. São quase meio milhão de vidas perdidas… Pais, mães, companheiros/as, irmãos/as, amigos/as, familiares. Quem não perdeu alguém por causa deste vírus?

Têm sido dias e tempos muito difíceis. Fazer o distanciamento social não é fácil: ficar em casa sozinho/a, isolado/a não é fácil; muitos/as tendo que trabalhar, mesmo com o risco de contaminação, também não é. Se reinventar, fazer novas rotinas, ter outros cuidados. É um acúmulo de coisas que vão pesando na gente e sabemos, não está fácil para ninguém. Há dias mais leves, outros mais pesados. E o que temos para hoje?

A paz esteja convosco!

Do ponto de vista da saúde, esta fala de Jesus pode ser uma benção curativa. Repitamos: A paz esteja convosco! A paz esteja comigo e com todos/as também! A paz que preenche vazios ou pelo menos lhes dá sentido; a paz que emerge da reflexão e resolução de questões e problemas; a paz que traz serenidade para o encontro consigo mesmo e com o/a outro/a[ii].

Do ponto de vista das relações sociais, é uma paz que rompe o medo e nos encoraja a seguir, assim como fizeram os/as discípulos/as, naquele dia, no Cenáculo em Jerusalém. Não pensemos que esta paz é mágica ou, talvez, melhor seria dizer ingênua. Gosto muito de rezar com a poesia do querido Pedro Casaldáliga, então bispo da Prelazia de São Felix do Araguaia, que nos diz de uma paz inquieta[iii]. A perseguição romana não cessou, o perigo não diminuiu, mas nem por isso eles/as, cheios/as do Espírito, deixaram de anunciar e de construir o Reino de Deus.

E é isso… Celebrar Pentecostes é celebrar seguidores/as de Jesus que cheios/as do Espírito Santo continuaram nos passos de Jesus. É celebrar o Espirito Santo, que por estes sertões do Brasil, muitas vezes é honrado pelas folias do Divino Espirito Santo. É celebrar a Divina Ruah[iv] que é força vital que nos conduz.

Segundo São Paulo, a cada um/a de nós é dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum, e eu ousaria dizer, em vista do bem viver! Todos/as nós, os/as batizados/as, somos chamados/as para continuar a missão de Jesus. A Pastoral da Juventude tão linda e profeticamente sempre nos convida a sermos construtores/as da Civilização do Amor. E assim somos o cuidado com a vida dos/as jovens.

São Paulo ainda nos vai dizer que todos/as formarmos um único corpo, e todos/as nós bebemos de um único Espírito. É tão belo escutar isso quando a Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR) no Brasil, se junta com outras denominações cristãs para celebrar nesta semana e terminar neste dia a Semana de Oração pela Unidade Cristã (SOUC[v]).

Comecei este texto falando de beleza e de força, e assim que quero terminar: com a “bandeira do Divino[vi]” nos visitando. Às vezes penso que querem nos tirar o Espírito Santo, mas não abrimos mão Dele não. “Quem” não abrimos mão? A PJ, a espiritualidade da libertação, a fé e a religiosidade popular.

É o Espírito de Deus que se abriga em nós e que também em nós faz morada e nos inspira. É com Ele que ousamos ser e fazer tudo o que somos e fazemos. Ouçamos a cantoria, imaginemos/lembremos da bandeira e suas fitas, enchamo-nos de paz, de coragem, de ânimo, de força, de vida, de entusiasmo.  Enchamo-nos do sopro terno de Deus para vivermos estes dias de luta, para que eles sejam dias de glória[vii].

*Pedro Caixeta é membro do Cebi Anápolis/GO e foi coordenador nacional da PJ entre 2006 e 2009. pedro.caixeta.pj@gmail.com


[i] Necropolítica é um termo cunhado por Achille Mbembe, filósofo camaronês, que versa sobre a política da morte, quando; inclusive o Estado, decide quem pode morrer ou estar mais exposto a morte.

[ii] Aqui não estou excluindo a necessidade de buscarmos profissionais qualificados/as para nos ajudar no enfrentamento das questões de saúde tanto física quanto mentais.

[iii] Leia a poesia em http://franciscanasalcantarinas.org.br/?p=12549

[iv] Espírito em hebraico significa vento e é uma palavra feminina: Ruah

[v] Para conhecer mais desta experiencia e fazer algum momento com seu grupo de jovens, acesse: https://www.conic.org.br/portal/semana-de-oracao

[vi] Se possível escute a música na voz do Ivan Lins (acesso com a cifra: https://www.cifraclub.com.br/ivan-lins/bandeira-do-divino/).

[vii] Aqui se quiserem usar nos encontros e/ou rezar  a música ‘Dias de lutas, dias de glória’ do Charlie Brown Jr, pode ser uma boa pedida.

Teias da Comunicação

Equipe Nacional de Comunicação da PJ "Teias da Comunicação"

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