#16DiasDeAtivismo | A vida nos pede sempre mais
Concluímos hoje os 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres, mas ainda estamos longe de encerrar esta luta, pois só seremos realmente livres quando nenhuma mulher for violentada, silenciada, estigmatizada ou morta.
Já conseguimos dar passos importantes nessa pauta, mas ainda falta muito. É preciso continuar incessantemente na luta, na formação de base, da conscientização, nas campanhas, na linha de frente pela não normalização e não romantização do abuso, das violências. É preciso mexer nas estruturas, incomodar, tomar espaços que são nossos por direitos, empoderar-nos das questões das nossas próprias vidas e não permitir que outros decidam sobre nós!
Os 16 dias de ativismo é um processo fruto de muita resistência e coragem, é um processo filho da indignação, da luta por direitos básicos que há tempos nos privaram: O direito de ir e vir tranquilamente, o direito à vida.
A Pastoral da Juventude, fiel ao evangelho do jovem inquieto e subversivo de Nazaré e coerente ao seu projeto de justiça e vida em abundância, entende que é preciso viver e anunciar o reino e consequentemente, denunciar o anti reino. Por isso, se engaja fortemente na luta pela defesa da vida das companheiras, contra o machismo, a misoginia, o patriarcado e tantos outros sistemas de morte. Se engaja na luta por outras relações, que sejam saudáveis e justas, na luta por uma outra sociedade, onde não sejamos vistas como propriedade do outro, das instituições, nem de sistemas opressores e violentos.
Nos seus quase 50 anos de história, se dedica com coragem, profetismo e muita esperança, em projetos, campanhas e iniciativas que façam acontecer um outro mundo possível, a terra sem males, sem violências, exclusões e opressões. Assim como o faz na Campanha Nacional de enfrentamento aos ciclos de violência contra a mulher, nos 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres e na vivência diária nos grupos, comunidades, redes e em todo e qualquer espaço em que esteja inserida.
Neste ano tão doloroso e desafiador, onde enfrentamos um vírus que já matou milhões de pessoas no mundo, muitas de nós mulheres, além de temer a Covid, tememos uma outra antiga e normalizada pandemia: as violências contra nós. Tememos morrer dentro de casa nas mãos das pessoas pelas mais nutrimos afetos, pois os casos de violência doméstica aumentarem absurdamente neste período.
Fica nítido que continuar na luta em defesa da vida de todas as mulheres não é possibilidade, é obrigação cristã, humana e social. Mais do que nunca é urgente que essa causa seja abraçada e as campanhas dinamizadas por todas e todos. A civilização do amor só será possível se acabarmos com todos os tipos de violência.
Com essa certeza, compilamos este material, que é a junção de tudo que foi produzido pela PJ nesses 16 dias. Compartilhe com seu grupo, com suas amigas e amigos. Vamos juntas e juntos construindo, sem pedir licença, um mundo de vida e justiça, sem nenhuma de nós a menos!
Avante, companheiras, companheiros. A vida nos pede sempre mais.
Que a esperança no evangelho da vida seja nossa fonte de coragem!
Michelle Gonçalves, a serviço da secretaria nacional da PJ.