Campanha contra violência na Assembléia Legislativa
Lançamento da Campanha contra violência na Assembléia Legislativ a em Goiás
Amigas/as, segue relato do ato de lançamento da Campanha Chega de Violência e extermínio de Jovens realizado na assembléia legislativa do Estado de Goiás. Foi um importante momento para dar visibilidade a Campanha.
A Assembleia Legislativa recebeu na noite desta terça-feira, 7, audiência pública para o pré-lançamento da campanha "Chega de violência e extermínio de jovens". Encerrado às 22 horas, o evento foi promovido pelo presidente da Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Legislação Participativa da Casa, deputado Mauro Rubem (PT).
A audiência fez parte da Campanha Nacional contra a Violência e o Extermínio, e prossegue nesta quarta-feira, 8, com a realização de seminário na Casa da Juventude Padre Burnier, localizada no Setor Leste Universitário.
O pré-lançamento também abre a Semana da Igualdade e Diversidade, evento promovido pela Secretaria de Estado de Políticas para a Promoção da Igualdade Racial (Semira), que apresenta uma série de seminários na Capital, entre os dias 8 e 11.
Além do parlamentar petista, compuseram a mesa a coordenadora da Rede Centro-Oeste, Alessandra Miranda de Sousa; o gerente das Juventude da União Estadual dos Estudantes (UEE), Sávio Fernando Fernandes; o presidente do Conselho Estadual da Juventude do Estado de Goiás (Conjun), Weldes Bezerra, conhecido como Índio; e Carlos Salim, assessor especial da juventude da Prefeitura de Goiânia.
Combate à Violência
Abrindo os debates, o deputado Mauro Rubem afirmou que a comissão que preside tem recebido diversas denúncias de maus tratos contra a jovens goianos. "A sociedade está absorvendo o discurso de que bandido bom é bandido morto. Temos o dever de nos pautar pela preservação da vida, e garantir que o jovem infrator cumpra a pena segundo a lei. Não podemos admitir como solução o extermínio, a tortura e a violência."
O gerente da Juventude da UEE, Sávio Fernandes Fernando, explicou que a ideia de criar uma campanha em prol da juventude surgiu dentro daquela entidade. "A entidade também está abraçando a campanha nacional de apoio à juventude, da qual Goiás não poderia deixar de participar. O objetivo é propor e desenvolver ações que ao menos possam minimar a violência contra os jovens", afirmou.
Sávio lembrou ainda que, apesar do Estado ter o dever de oferecer oportunidades aos jovens, apenas 30 dos 246 municípios goianos apresentam políticas voltadas à juventude.
Em seguida, a coordenadora da Rede Centro-Oeste da Casa da Juventude Padre Burnier, Alessandra Miranda, falou sobre as origens da criação de uma campanha nacional de combate à violência contra a juventude. "As ações tiveram início na 15ª Assembleia das Pastorais da Juventude, em Brasília, em 2008. A partir daí, foi criada uma campanha com o objetivo de promover a discussão de políticas públicas para a juventude e contra a violência", explicou.
A partir de então, foram organizados movimentos de formação política e organização de militância para marchas e caminhadas. "Todas essas ações tiveram como ponto de partida a juventude. Não podemos olhar com tranquilidade as mortes dos nossos jovens", disse.
Alessandra também afirmou que pastorais e demais movimentos criaram uma rede permanete de debates para discutir a questão. "O problema da violência contra a juventude precisa ser constantemente articulado e debatido. Pesquisas mostram que a violência contra os jovens aumentou, e que agora atinge cidades do interior goiano", afirmou.
Soluções
Carlos Salim, da assessoria especial da Juventude da Prefeitura de Goiânia, afirmou que a Capital não assiste seus jovens devidamente, mesmo sendo a Capital que apresenta os maiores índices de qualidade de vida. "Apesar das dificuldades, conseguimos obter importantes conquistas, e estamos abrindo espaço para que todas as comunidades interessadas possam nos auxiliar a levar a saúde, a educação e o esporte ao jovem goianiense."
Encerrando os pronunciamentos da mesa, o representante da Conjun, Wildes Bezerra, parabenizou as Pastorais da Juventude pelas ações de mobilização. "As campanhas promovidas pelas Pastorais são as que estão dialogando mais intensamente com a juventude", elogiou.
Wildes também alertou os presentes para o crescente problema do uso de drogas, especialmente do crack. "O usuário do crack é geralmente aquele jovem que está precisando de emprego e capacitação. O jovem necessita de políticas de proteção e inclusão. Para solucionar o problema, devemos ampliar o diálogo entre sociedade civil, Executivo e Legislativo", afirmou.