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O que tem na sua água? [Dia Mundial da Água]

 O que tem na sua água? [Dia Mundial da Água]

No mesmo ano em que foi realizada a Conferência da ONU sobre meio ambiente, a RIO-92, as Nações Unidas decidiram instituir o Dia Mundial da Água, a ser celebrado no dia 22 de março. A data é um esforço da comunidade internacional, mas especialmente da sociedade civil, para reafirmar agendas importantes para a garantia do direito à água. Desde sua criação naquele ano, o Dia da Água se tornou uma data chave para que os governos divulgassem seus planos e políticas de tratamento, distribuição da água, saneamento básico, mas foi também assumido como um marco na luta pelo acesso à água de qualidade, bem como para denunciar graves violações de direitos em muitos territórios não não dispõem das condições básica para consumir água em condições seguras. 

No Brasil, de acordo com os dados do Instituto Trata Brasil, cerca de 35 milhões de brasileiros não têm acesso à água tratada, incluindo 14 milhões de crianças e adolescentes. Nas casas de mais de 6 milhões de crianças, a água não chega encanada. Os dados do IBGE também são alarmantes: em 2019, pelo menos 18 milhões de brasileiras e brasileiros não tinham água encanada em suas residências, o que impede de manter uma rotina segura em suas dietas e higienização. 

As problemáticas, no entanto, não se encerram no tratamento da água e na distribuição. Mesmo em municípios que contam com tratamento hídrico, a água tem se tornado um problema pelos altos índices de contaminação com produtos tóxicos e radioativos. O consumo de água contaminada por esses elementos é extremamente prejudicial à saúde, e estudos indicam que são eles os causadores de doenças graves como câncer e deformações genéticas. 

MAPA DA ÁGUA 

Uma ferramenta lançada recentemente pela Repórter Brasil, coordenada por Ana Aranha e Piero Locatelli, mostra a qualidade da água que sai das torneiras dos municípios. O Mapa da Água reúne informações sobre as substâncias presentes na água que chega a casa dos brasileiros, a partir de dados coletados pelas empresas de tratamento e distribuição e armazenados no Ministério da Saúde. 

O Mapa é uma ferramenta fundamental para que a sociedade conheça os índices de contaminação da água, visto que na sua apresentação estão destacados os municípios que apresentam os limites ultrapassados das substâncias perigosas, como nitrato e radioatividade. Um dos dados mais preocupantes é de que em pelo menos 493 cidades brasileiras, o tratamento da água deixa rastro de substâncias cancerígenas. O consumo contínuo pode aumentar ainda mais o risco de contrair câncer ou outras doenças graves. 

As empresas de abastecimento são obrigadas a realizar testes de qualidade da água distribuída para verificar a presença de agrotóxicos, substâncias radioativas, coliformes fecais e outros. Os dados, além de serem informados ao Ministério da Saúde, devem ser divulgados para a população. Essa última obrigação, todavia, não acontece da forma como é recomendada, e em muitos municípios a população está consumindo água tratada, mas não potável, já que os índices de contaminação estão acima do limite de segurança. 

Acesse o Mapa da Água para ver as informações detalhadas sobre os municípios, bem como conhecer a metodologia da pesquisa e outras notícias relacionadas ao tratamento, distribuição e consumo da água!

Nesse momento, queremos instigar as pessoas através da pergunta central: O que tem na sua água? A partir dela, convidar o público para acessar o Mapa da Água e descobrir qual a situação atual da água tratada em sua cidade. 

Se a água é para gerar vida, porque estão oferecendo água contaminada com substâncias tóxicas, radioativas em centenas de cidades brasileiras? 

“A água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que jorre para vida eterna  (Jo 4,14”).  A oferta dessa água, porém, não é  para matar a simples sede de água. Com essa água Jesus oferece um projeto de vida, a água viva é símbolo de transformação para uma vida nova, uma vida digna! 

Leon Souza – Casa Galiléia 

Ricieri Benedetti – CN Sul 3

Thiesco Crisóstomo

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