Pois Deus amou tanto o mundo
Por Paulo Santiago
Aproxima-se a Semana Santa, momento que a Igreja nos mostra o intenso amor de Deus por nós. A cada domingo quaresmal, vemos Jesus de Nazaré aplainar os caminhos de seus discípulos e discípulas, ensinando-lhes que antes de tudo Deus é a expressão mais forte e sagrada do amor.
O evangelista e discípulo amado de Jesus, João, narra neste domingo (Jo 3,14-21) o diálogo do Mestre com Nicodemos. Vale lembrar que Nicodemos era um fariseu, mas ao contrário da maioria de seu grupo, ele sempre esteve atento à mensagem de Jesus. A prática espiritual do Senhor encantava aquele discípulo que só conhecia o rigor da lei sagrada, mas pouco da lei fraternal, paternal e maternal de Deus.
Jesus não encanta aquele homem pela beleza ou pela oratória, Nicodemos é atraído pelo conteúdo da mensagem que cativa seu coração. Ele reconhece no mestre a pedagogia da proximidade, da atenção e do afeto. O Homem de Nazaré não está preocupado para qual time ele torce, qual a sua legenda política ou fatos comprometedores de seu passado, Jesus quer apenas que Nicodemos tenha acesso ao infinito e incondicional amor do Pai, amor que não julga e nem aliena, que não pede vultosas ofertas e sacrifícios, mas que apenas quer uma relação de intimidade.
Mas para isso é necessário transparência, aproximar-se da luz que é Jesus, como Ele mesmo afirma ao amigo e confidente (Jo 3, 19-21). É uma lição de ética, não apenas espiritual, mas para a vida. Não é possível amar escondido, assim como uma lâmpada não é acesa para ficar embaixo de uma vasilha (Mt 5, 15).
A Quaresma nos reconecta com esta luz divina apresentada por Jesus. Somos chamados e chamadas a caminhar com as juventudes, que assim como Nicodemos estão aguardando uma palavra que as guie e alimente. Vivamos esta experiência!
Paulo Henrique da Silva Santiago é jornalista, especialista em Direitos Humanos, coordenador de comunidade eclesial e assessor de grupo de base.