3º Domingo da Quaresma: sejamos pessoas de encontro!

“Como é que tu, sendo Judeu, pedes de beber a mim, que sou uma mulher samaritana?”

João 4, 9

A liturgia do 3º Domingo da Quaresma nos convida a romper fronteiras e promover encontros que geram vida, que sejam fonte de vida eterna, que sejam fonte de luz e de força em todos os momentos da caminhada.

A mulher Samaritana questiona Jesus por não conhecê-lo, não conhecer o dom de Deus; por ainda não ter vivido uma experiência com esse Deus que é vida. Ou ainda, porque é excluída, ela não tem parte no povo judeu. Há encontros em nossas vidas que não são planejados, mas que acontecem no caminho, como esse que aconteceu no caminho da Samaria. Prestemos atenção a quem encontramos no caminho, pois é ali que o encontro com Deus acontece.

No encontro de Jesus com a Samaritana, é Ele quem começa a conversa: “Dê-me de beber!” É preciso disposição para ouvir a experiência do outro, da outra; a experiência de vida da mulher samaratina, mulher excluída, rotulada, marginalizada. É com ela que Jesus senta na beira do poço e conversa. Estamos ainda na semana em que celebramos o Dia Internacional da Mulher. Lembremos de tantas mulheres que, como a samaritana – que nem nome tem, se encontraram com o Mestre, foram ouvidas e se tornaram missionárias. Mulheres que conseguiram romper com preconceitos, com uma sociedade machista e excludente, para viver seu protagonismo e gerar relações mais humanas e solidárias.

Na primeira leitura, mais uma vez a água é o sinal que o povo tem de que Deus está caminhando junto. Sair em busca da terra prometa, da terra sem males, do Bem Viver, da Civilização do Amor, é um desafio que nos é colocado. A tentação de voltar atrás existe, mas precisamos olhar para nossas lideranças, as matriarcas e patriarcas do caminho, ouvir e acolher a água que elas e eles nos oferecem: essa água nos dá a energia pra chegar, para não voltar atrás. Essa leitura nos ensina que, no momento de lamúria e sofrimento, devemos chamar pelo Senhor, e Ele estará à nossa frente, pois conhece nosso coração e nossa necessidade.

A história é mestra: celebramos nesse ano 50 anos de Pastoral da Juventude do Brasil. Não deixemos que a tentação nos vença, mas busquemos insistentemente o caminho da água, daquela água que sustenta, como sustentou o Povo de Deus a caminho.

Na segunda leitura, a carta de Paulo aos Romanos nos lembra que a esperança não decepciona. Recordemos disso durante essa semana. Que esperança carregamos? Como cuidamos dela?

“Senhor, dá-me dessa água para que eu não tenha mais sede.”

João 4, 15

Hoje, nesse 3º Domingo da Quaresma, somos convidadas e convidados a nos aproximar de Deus, ouvir e reconhecer sua voz; e, assim como a mulher samaritana, depois de ouvir, desejar beber da fonte da vida, para que não tenhamos mais sede. Que após conhecer as maravilhas de Deus, jorre em nós o sentimento de perdão.

“Senhor vejo que és profeta!”

João 4, 19

Já que não cremos por causa das tuas palavras, pois nós mesmas e nós mesmos revivemos e sabemos que este é verdadeiramente o salvador do mundo.

O período quaresmal é tempo de jejuar e nos aproximar de Deus. Esse domingo quaresmal nos convida a abrirmos nosso coração e ouvir a voz do Senhor, pois só com o coração aberto é que iremos conhecer a voz do Senhor e que iremos beber da fonte da vida.

Plenas e plenos do amor de Deus em nossos corações, nos enchamos de graça e sejamos pessoas de encontro, que acolhem as excluídas e excluídos, o povo peregrino, aquelas e aqueles que encontramos em nosso caminho.

Rosilene Rocha

(Comissão Nacional de Assessores e Assessoras da Pastoral da Juventude)

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