Dia de São Francisco de Assis: um cântico de amor e coragem

“Canta Francisco, com as voz dos pobres, tudo que atrevestes a mudar.
Canta novo sonho, sonho de esperança, que a liberdade vai chegar!”

A música de Luiz A. Passos, cantada por Toinho, não poderia fazer mais sentido com a nossa realidade como agora. Nos olhos dos/das pobres marginalizados/as, vemos Francisco perdido de amor. Um amor fraterno, sem limites. Um amor que denuncia os desmandos dos poderosos, a fome de palavra e pão do povo sofredor. Um amor teimoso, que não se entrega às dificuldades. Revolucionário é o amor de Francisco (e também de Clara), que é imagem do Deus feito pobre, e que hoje – e sempre – será acolhido por toda as juventudes que reconstroem a Igreja e a sociedade pelo mundo afora.

O clamor de mudanças de Francisco se deu de maneira prática. Além das orações, o santo jovem da cidade italiana de Assis ousou sonhar com um mundo mais fraterno, mais irmão, espalhando o equilíbrio com a casa comum, um estilo de vida ativo para com os/as mais necessitados/as, e uma Igreja em Saída, feita do povo, com o povo e para o povo. Não à toa, por tudo o que representa o seu legado, o Papa Francisco repete os mesmos gestos do jovem de Assis, destacando inclusive a Economia de Francisco e Clara, a fim de prover um jeito mais digno e humano para as irmãs e irmãos.

Tudo o que fora descrito é de suma importância. Afinal, nossa sociedade, infelizmente, anda adoentada: a casa comum e os povos originários estão sendo consumidos pelo fogo; nossas irmãs luas, nossas pequenas claras estão sofrendo os ciclos de violência contra suas vidas; e a economia selvagem fere a dignidade do povo brasileiro, com destaque para os mais indefesos.

É necessário, minhas irmãs e meus irmãos, transformar o amor de Francisco em um grito que seja forte, como uma grande denúncia, e ao mesmo tempo ressoe como música para incentivar a prática e a fé ativa para mudarmos esta realidade. Que esta música ressoe em nossos corações, para que novo céu e nova terra possam chegar em nossas realidades, vencendo, com coragem, o império da morte. De braços dados com a vida em missão na história, façamos, hoje e sempre, ressoar o cântico de amor e coragem de Francisco (e Clara) de Assis.

“Irmãos, minhas irmãs

Vamos cantar nesta manhã

Pois renasceu, mais uma vez,

A criação nas mãos de Deus.”

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