Painel sem respostas – Juventude cobra durante Rio + 20

Na última quinta-feira (15) rolou o 2º Painel do Encontro de Juventude e Educação para a Sustentabilidade Socioambiental. Os palestrantes convidados não dialogaram com a proposta de tema do painel, ou seja: "A Agenda da juventude para um projeto de desenvolvimento sustentável”. Na metodologia prevista, os palestrantes deveriam responder a uma série de perguntas levantadas pelos jovens nos grupos de trabalho.

As perguntas eram: Qual é a real situação do programa Juventude e Meio Ambiente?; Como a juventude envolvida no contexto de desenvolvimento sustentável participará do processo de efetivação e do controle das deliberações que foram construídas nas três esferas, bem como nas avaliações?; Como garantir o cumprimento de uma nova agenda, visto que as anteriores ainda não foram cumpridas, a exemplo das propostas da ECO 92, CNIJMA e Plano Nacional de Juventude?; Qual o Plano de governo para fazer cumprir essa agenda?; Como construir uma agenda da juventude para a sustentabilidade em um cenário de retrocessos ambientais (Belo Monte, Código florestal, PAC, Pré-sal) e implementar o Programa Nacional de Juventude pelo Meio Ambiente que visa a formação de sujeitos ecológicos, críticos e transformadores?

O primeiro a falar, Alain Borges, da Superintendência de Juventude do Rio de Janeiro, questionou sobre qual juventude está presente nesse encontro: "de que jovens estamos falando? Para que jovens queremos falar?”, pois na opinião dele os jovens no plenário não eram das comunidades que mais sofrem com a degradação ambiental: os jovens de periferia e favelas. No entanto, na mesa da manhã os moradores de favela presentes nesse encontro tiveram uma participação ativa e questionadora em relação aos critérios para se desenvolver projetos nas comunidades populares. Os moradores relataram que são sempre os mesmos territórios geográficos que recebem projetos e que muitas comunidades ficam de fora.

Gabriel Azevedo, do Fórum de Gestores Estaduais de Juventude, trouxe pontos que considerou importante na gestão pública: Transparência, ou seja, como os governos disponibilizam para o público dados/ informações sobre seus programas, indicadores etc, seja na internet, no Diário oficial ou outros meios. Gabriel frisou que não bastava apenas disponibilizar os dados, mas a linguagem também precisa ser acessível para qualquer cidadão interessado.

Daniel Iliescu, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), assinalou dois pontos que considerou essencial para pressionar o governo: Amazônia, devido a toda riqueza que há lá, não apenas a biodiversidade, mas também a sabedoria da população; e a questão energética, já que o Brasil é o país com maior potencial de energia renovável.

Camila Silveira, conselheira do Conjuve, quis fazer uma fala mais focada na participação política. Ela ressaltou que "Não é só o voto que tem poder transformador” e que "não precisamos do governo para fazer participação política”. Entre as ações que considerou importante que o Conjuve empreenda está a rearticulação do Grupo de Trabalho sobre Meio Ambiente.

A fala mais interessante e clara foi a de Maurício Broinzi, da Rede Brasileira por Cidades Justas, Democráticas e Sustentáveis, que por ter sido a mais relevante ganhará um texto a parte! Leia no site da Agência Jovem de Notícias o texto: "Cidades sustentáveis possíveis” (http://www.agenciajovem.org/wp/)

Na parte em que a plateia pode fazer perguntas e considerações à mesa, ficou clara a insatisfação dos jovens, pois nenhuma das perguntas específicas colocadas para o painel foi respondida.

Por Gisella Hiche | Agência Jovem

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